Após o nível do Rio Taquari ter chegado em 16,5 metros na manhã da quinta-feira, 9, e atingido pelo menos nove localidades, deixando diversos moradores desalojados no interior de Venâncio Aires, a água começa a baixar e algumas famílias já retornaram para suas casas. De acordo com a Defesa Civil, na tarde dessa sexta-feira, 10, o nível estava em 11,5 metros, quando o normal é 1,60 metro. O fornecimento de água e luz começou a ser restabelecido em algumas localidades. Apesar do recuo das águas, apenas a área central de Vila Mariante estava com o acesso liberado.

Após a baixa do rio, o trabalho foi de recuperação em Vila Mariante. Por toda parte, moradores faziam a limpeza de residências, calçadas e prédios comerciais. O secretário de Segurança Pública e Defesa Civil de Venâncio Aires, Dário Martins, explicou que um levantamento dos prejuízos começa a ser feito pela administração municipal. “Na medida em que a água começou a baixar, estamos conseguindo contabilizar os estragos. A perda na área agrícola é expressiva, uma vez que a região é uma grande produtora de tabaco e de criação de bovinos”, disse. Após a conclusão dos dados, o coordenador afirmou que o município emitirá um decreto de situação de emergência.

Durante dois dias consecutivos, equipes da Defesa Civil do município e Corpo de Bombeiros trabalharam no resgate e na assistência a moradores. Um helicóptero da Defesa Civil do Estado foi utilizado no fim da tarde de quinta-feira, para remoção de um casal de idosos devido ao difícil acesso e à força da correnteza.

Martins frisou que não havia presenciado situação desse porte, e detalhou os momentos de angústia e pânico para resgatar moradores quando o nível do rio começou a subir. “Com grande demanda de solicitações e poucos barcos, o resgate teve de ser priorizado em alguns momentos. As solicitações chegavam tanto pelo telefone da Defesa Civil quanto dos bombeiros; havia pessoas acamadas, doentes, idosos e crianças, e pessoas em cima do telhado, em risco de vida.”

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Transtornos para os moradores

Pelo menos 45 pessoas ainda estavam alojadas no Pavilhão de Linha Mangueirão na tarde dessa sexta-feira. No local, uma estrutura com refeições, agasalhos e colchões para pernoitar foi colocada à disposição pela Secretaria Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social de Venâncio Aires. A maioria dos desalojados optou por permanecer na casa de familiares, enquanto outros voltaram às suas residências.

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DOAÇÕES

A cheia do Rio Taquari desalojou moradores de nove localidades: Linha Chafariz, Mariante, Picada Mariante, Picada Nova, Linha Sertão, Travessão Mariante, Sanga Funda,Travessa Olaria e parte da Várzea do Taquari Mirim. Mais de 1,5 mil residências foram atingidas e diversas pessoas desalojadas. Com rastro de destruição perceptível por toda parte, o coordenador da Defesa Civil, Dário Martins, solicitou auxílio de moradores de toda a região para as vítimas. “Já estamos recebendo doações de voluntários, empresas e entidades, com água, roupas e cobertores. No entanto, a nossa maior demanda é por material de limpeza, colchões e cobertas”, afirmou. As doações estão sendo concentradas no Pavilhão da Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, em Vila Mariante.

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Em Lajeado

Os prejuízos causados pela cheia do Rio Taquari começaram a ser contabilizados em Lajeado. O município tem mais de 300 desabrigados e 400 desalojados. Na manhã dessa sexta-feira, 10, o governador Eduardo Leite sobrevoou a região atingida pela enchente do Taquari. Acompanhado do chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes, o governador foi recebido pelo prefeito Marcelo Caumo e prefeitos de Arroio do Meio, Imigrante, Muçum, Bom Retiro do Sul, Cruzeiro do Sul e Estrela, que apresentaram demandas referentes a auxílio relacionado à chuva.

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