Após duas quedas, o dólar voltou a fechar em alta em relação ao real e a outras moedas emergentes nesta sexta-feira, 16, com dados da economia americana no radar dos investidores. A notícia de que o governo brasileiro deverá rever a meta fiscal de 2015 e incertezas sobre a permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no cargo também pressionaram a cotação da divisa.
O dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 1,84%, a R$ 3,873. Na semana, houve avanço de 3,03%. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,57% no dia e de 2,29% na semana, para R$ 3,842 na venda. A moeda americana subiu sobre 19 das 24 principais divisas emergentes do mundo nesta sexta-feira. Também avançou em relação ao euro, a libra e o franco suíço.
Novos dados que sinalizaram fortalecimento da economia americana voltaram a gerar expectativas sobre quando o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) começará a subir os juros naquele país. Embora o mercado espere um aumento apenas em 2016, membros do Fed não descartam a possibilidade de que isso ocorra ainda neste ano. Uma alta da taxa retiraria investimentos de emergentes, como o Brasil, encarecendo o dólar.
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A produção industrial nos EUA recuou 0,2% em setembro, dentro do esperado, embora a confiança do consumidor americano tenha subido de 87,2 no mês passado para 92,1 em outubro, segundo o indicador calculado pela Universidade de Michigan, superando as expectativas que rondavam 89.
Internamente, o mercado digeriu a notícia de que governo Dilma avalia medidas que podem levar a um rombo nas contas públicas superior a R$ 60 bilhões, cerca de 1% do PIB. Até agora, a promessa oficial é de que a União economize 0,10% do PIB (ou R$ 5,8 bilhões), mas já havia a expectativa de um deficit de até R$ 20,6 bilhões.
A atenção ao quadro político brasileiro e a preocupação com a demora na aprovação de novas medidas de ajuste fiscal foram reforçadas na véspera, após a agência de classificação de risco Fitch ter rebaixado a nota de crédito do Brasil a BBB-, apesar de ter mantido o selo de bom pagador do país.
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O dólar comercial intensificou a alta no final da sessão desta sexta-feira, após a notícia de que Levy já teria uma carta de demissão e poderia apresentá-la à presidente Dilma Rousseff nesta noite, segundo a coluna “Radar” da “Revista Veja”.
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, as taxas fecharam em alta. O DI para janeiro de 2016 subiu de 14,285% para 14,314%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,760%, ante 15,710% na sessão anterior.
Bolsa
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O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o bom humor externo e fechou o dia em alta, apesar de ter registrado instabilidade durante a sessão. O Ibovespa subiu 0,16%, para 47.236 pontos. No exterior, os índices acionários europeus subiram mais de 0,5%. Em Nova York, o índice Dow Jones teve valorização de 0,43%, enquanto o Standard & Poor’s 500 avançou 0,46% e o Nasdaq subiu 0,34%.
As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, recuaram 0,63%, para R$ 7,95. Já as ordinárias, com direito a voto, subiram 0,41%, para R$ 9,70. O papel preferencial da Vale cedeu 1,56%, para R$ 15,19, enquanto o ordinário teve perda de 2,90%, a R$ 18,42.
O setor bancário, segmento com maior peso dentro do Ibovespa, fechou no vermelho e reduziu o ganho do índice. O Itaú Unibanco teve desvalorização de 1,50%, enquanto o Bradesco perdeu 1,91% e o Banco do Brasil mostrou baixa de 1,75%.
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