Os consumidores santa-cruzenses já começaram a notar a redução no preço do leite nas prateleiras dos supermercados. Para quem gosta de pesquisar e aproveitar ofertas, o produto pode ser encontrado com mais de 50% comparado com o valor de até pouco tempo atrás, quando a caixinha de um litro ultrapassou a casa dos R$ 9,00.
Por ser muito utilizado na produção de outros alimentos, o leite mais caro afeta em grande escala o comércio de alimentos, tanto na indústria quanto nos serviços, como padarias, bares e restaurantes. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a alta entre agosto de 2021 e agosto deste ano foi de 66,5%. Já o índice de aumento em julho no País ficou em 25,5%.
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A redução começou a repercutir nos últimos dias. Em um anúncio publicado segunda-feira, 22, na Gazeta do Sul, uma rede de supermercados oferecia o produto abaixo dos R$ 4,00 para clientes cadastrados.
A razão para isso não é específica. Segundo o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Darlan Palharini, são muitos os fatores que colaboraram para que os consumidores encontrassem o leite com um custo mais em conta. “Nós tínhamos previsto esse movimento. O que se observava era um aumento de semana em semana, e que em algum momento a situação iria se estabilizar”, disse.
Quem percebeu esse fenômeno na prática foi o empresário Celso Müller, do Miller Supermercados. Ele destaca que isso vem acontecendo de forma gradativa. “Realmente, pelo menos nos últimos 15 dias, temos comprado o leite mais barato”, confirmou o supermercadista.
Segundo Palharini, a entressafra e a baixa oferta desde o início do ano foram fundamentais para o aumento. Com pouco leite no mercado, o cidadão chegou a enfrentar preços fora da realidade, observa.
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“Chegamos a ver em mercados de bairro o valor de até R$ 11 o litro. Isso realmente acabou ultrapassando o que efetivamente a indústria vendeu e o produtor recebeu. Sabemos que se perde um pouco o valor de referência quando existem questões fora do comum. O que sempre indicamos foi que os consumidores sempre pesquisassem antes de comprar seu produto”, salienta.
Um novo valor referência
Um dos fatores que ajudaram a baixar o valor do litro de leite foi a ausência recente de períodos de escassez ou excesso de chuvas no Estado. Excluindo-se situações pontuais, o produtor gaúcho conseguiu aumentar sua produção, e a maior oferta acaba reduzindo o preço.
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“No Rio Grande do Sul, estávamos em período de entressafra. Tem o período da produção, e com o ele valor pago ao produtor reverte em aumento de produção. Eu diria que tudo está dentro de uma normalidade, não vejo uma questão de baixa tão significativa, principalmente nas capitais.”
Segundo dados da Emater/RS-Ascar, o litro do leite pago ao produtor gaúcho teve aumento nos últimos 90 dias. De acordo com o balanço mensal, a média passou de R$ 2,27 na semana de 13 a 17 de junho para R$ 2,93 na semana de 15 a 19 de agosto. No entanto, esse valor ainda fica abaixo do nacional, que é de R$ 3,19, conforme registro do Centro de Pesquisas Econômicas Aplicadas da Universidade de São Paulo (Cepea-USP), no dia 1º de agosto.
Darlan Palharini ressalta que fatores como a diminuição de impostos e do preço do diesel e da gasolina também tiveram impactos positivos sobre o custo de produção. A tendência, ele acredita, é de que as reduções continuem a ser registradas.
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Uma reunião do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Rio Grande do Sul (Conseleite-RS), que ocorreria ontem em Porto Alegre, iria definir um novo valor de referência para o mercado.
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