Se depender da direção do Grêmio, o técnico Renato Portaluppi permanecerá no comando da equipe no ano que vem. Depois de 15 anos sem conquistar um título nacional, o Tricolor se sagrou pentacampeão da Copa do Brasil ao empatar em 1 a 1 com o Atlético-MG, na última quarta-feira, na Arena. Responsável pela evolução do time, Renato chegou em setembro passado, após a demissão de Roger Machado. O triunfo no torneio foi o primeiro da história Arena, que completou quatro anos ontem.
Para o vice-presidente de Futebol Adalberto Preis, o treinador aprimorou a maneira de jogar do seu antecessor. “O trabalho de continuidade está aí, estamos colhendo os frutos. Aproveitamos o que já tinha de bom e aprimoramos algumas dificuldades. O Renato trouxe o trabalho de mentalidade de campeão a partir das lições que tiramos nos anos anteriores. Muitas vezes, jogando bem, o Grêmio acabava não conquistando títulos. Todos têm muita importância nisso, mas o Renato foi decisivo”, afirmou o dirigente.
O título interrompeu o jejum de 15 anos sem taça nacional e fez a direção manifestar o interesse em contar com Renato na próxima temporada. Por enquanto, houve poucas tratativas. “Já começamos a conversar com o Renato, há um desejo em comum. Não falamos de dinheiro, mas vamos começar a organizar isso. Ele teve uma importância decisiva para a conquista deste campeonato”, destacou Preis.
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Com a vaga garantida na fase de grupos da Copa Libertadores da América, o Tricolor passa a pensar em novas opções para o elenco. A prioridade é contratar um centroavante para atuar mais fixo na área. Durante o ano, Luan jogou como falso 9, ou seja, se movimentava muito em todo o setor ofensivo. “Nós temos um grupo de qualidade com os jogadores que se sagraram campeões da Copa do Brasil. Isso ficou evidenciado nos jogos contra o Santos, o Figueirense e o América-MG. Mas para enfrentar uma Libertadores, os reforços são necessários. Os que nos deram esse título são todos jogadores úteis, que serão utilizados”, garantiu Preis.
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, que foi reeleito para mais três anos, não escondeu a alegria pelo momento. “Conquistamos um título importante, espero que venham outros. O que mais orgulha em tudo isso é ver o estádio todo comemorando e a torcida faceira. Dá gosto de ver. No futebol se trabalha muito e quando acontece isso tudo está justificado”, sublinhou. Ele garantiu que não deseja o rebaixamento do Internacional à Série B. “Deixa para a torcida responder isso. Tenho respondido a várias demandas neste sentido com a seguinte frase: ‘Eu não quero para os outros o que eu não quero para mim’. E já tivemos o episódio aqui, podíamos ter utilizado isso numa brincadeira depois de um Gre-Nal que nós vencemos, depois de uma infelicidade, uma frase do Argel (Fucks, então técnico do Inter) do trator, poderíamos ter feito isso, mas eu abortei. Exatamente porque o que eu não quero para os outros, eu não quero para mim”, enfatizou Bolzan.
Árbitro cita expulsões na súmula
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Nem tudo foi festa na final da Copa do Brasil. Pouco antes de o jogo terminar na Arena, os zagueiros Walter Kannemann, do Grêmio, e Frickson Erazo, do Atlético-MG, trocaram agressões. A confusão foi relatada em súmula pelo árbitro paulista Luiz Flávio de Oliveira, que expulsou os dois atletas.
Em cobrança de falta, eles se empurraram dentro da área. O equatoriano deu uma gravata no argentino, que se desvencilhou com a ajuda dos companheiros e também agrediu o rival do Galo. Segundo o árbitro, ambos partiram para “luta corporal com seu adversário”. Pelas imagens, a tendência é que sejam denunciados e julgados no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Futebol.