A Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul estabeleceu, a partir da aprovação de projeto do petista Alberto Heck, que 30% dos nomes de ruas e logradouros públicos locais devem ter o nome de mulheres com relevância histórico-cultural no município, no Estado ou no País. Desde que foi transformado em lei, o Legislativo já denominou 21 vias. Destas, quatro são homenagens a mulheres, duas a homens e outras 15 são nomes de flores, haja vista tratar-se do loteamento Jardim das Flores.

A iniciativa, de acordo com o autor, foi tomada com base em dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme os números do órgão federal, em cada cem logradouros públicos, 47 tinham nome masculino, 42 neutros, como árvores e datas, e apenas 11 femininos. “Basta uma rápida conferência para observarmos que a identificação por nome de mulheres é mínima”, falou na ocasião.

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Ao analisar o fato de que a maior parte dos projetos de denominação traz nomes femininos, o autor diz acreditar que se tem um novo olhar. “Era comum que as lideranças na sociedade, em clubes, comunidades, fossem ocupadas por homens e as mulheres sempre ficassem na retaguarda”, frisa. Acrescenta que muitas vezes trabalhavam mais, mas a visibilidade e os créditos eram dos “chefes” da família, como reflexo de uma sociedade que chama de “extremamente machista”.

Heck acredita que os colegas continuarão colaborando. “Se tiverem dificuldades, temos nomes a sugerir”, antecipou.

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Uma das homenageadas é Rejane Wartchow

A Rua 10 do Loteamento Bela Vista, de Linha Santa Cruz, passou, a partir da aprovação do projeto de lei apresentado pelo vereador Rodrigo Rabuske (PRD), a chamar-se Rua Rejane Wartchow. O proponente diz que a escolha do nome de uma mulher não está relacionada à exigência estabelecida pela lei aprovada pela Casa. “É uma questão de mérito e conheço bem a família. No dia a dia, temos homens e mulheres que merecem esse destaque e acho que essa lei é muito positiva. Nesse caso, foi motivada pela indicação de amigos e familiares, que entenderam ser justo, por isso encaminhamos’”, explica o vereador.

Rejane, justificou Rabuske quando da apresentação do projeto, nasceu em 26 de dezembro de 1957, onde hoje é o município de Sinimbu. Veio para o Bairro Avenida com os pais Selmiro e Asta Wartchow e os irmãos Rogério e Roseli. No local viveu sua infância e adolescência. Teve quatro filhos: Shana Wiesel, da primeira união; e Antônio, Leonel e Ricardo Severo, com o ex-deputado Osmar Severo. Tendo morado no Bairro Carlota, aproximou-se e trabalhou em causas sociais, em especial no atendimento às famílias em vulnerabilidade. Chegou a presidir a Associação Feminina de Amparo à Vida (Afavi).

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Ocupando o cargo de diretora das políticas públicas do município, em 2018, licenciou-se após o diagnóstico de câncer, doença que a vitimou.

Nomes aprovados

O projeto que prevê a cota de 30% de nomes femininos para as ruas e logradouros de Santa Cruz do Sul foi aprovado no início da segunda quinzena de outubro. Desde lá, já foram denominadas 21 vias, por meio de projetos dos vereadores Licério Agnes (PSD), Ilário Keller (PP), Francisco Carlos Smidt (PSDB) e Rodrigo Rabuske (PRD – sigla para Partido da Renovação Democrática, resultado da união de PTB e Patriotas). Foram 15 nomes de plantas, por óbvio, para o Loteamento Jardim das Flores, quatro de mulheres e dois de homens:

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Está em primeira sessão para apreciação o projeto do vereador Professor Cleber (União Brasil), que dá nome às vias do Lotamento Portal do Sol. São sete ruas, das quais três terão nomes de mulheres e quatro de homens. Isso ainda depende da aprovação dos parlamentares, que costuma ocorrer após a terceira sessão de tramitação.

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