O apelo feito pelo Hemovida de Santa Cruz do Sul na semana passada surtiu efeito. A comunidade compareceu em peso para realizar doações de sangue e o estoque já está normalizado. O receio agora é que haja um excesso de doações, que não poderão ser utilizadas a tempo. Portanto, quem pretende colaborar deve entrar em contato para conferir a necessidade de seu tipo sanguíneo.
O retorno do público foi muito bom, de acordo com o enfermeiro do Hemovida, Cezar Rodrigo Priebe. “Nesta semana vieram todos os dias mais de 40 pessoas. O estoque está acima da média, o que neste momento começa a não ser necessário e já temos que diminuir. O cenário desta semana mudou e a transfusão diminuiu, por terem sido canceladas várias cirurgias”, explica.
Por enquanto, a recomendação é que os interessados em doar sangue liguem para o banco (confira no boxe) e estejam atentos às postagens, já que assim que houver uma maior necessidade, o Hemovida fará o chamado. Priebe agradece a todos que compareceram e esclarece que o sangue doado possui validade – não pode ficar velho, para não haver desperdícios.
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Um sábado por mês
O banco de sangue Hemovida fica na Rua Fernando Abott, 174, no Centro, junto ao Hospital Santa Cruz. O atendimento no local é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13 horas. Por conta de o horário ser restrito, o banco também abre no primeiro sábado de cada mês, com atendimento das 7h30 às 12 horas. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3056 2103 ou pelo e-mail hemovidastacruz@terra.com.br.
Por meio do Instagram do Portal Gaz, pedimos aos leitores que enviassem suas dúvidas sobre a doação de sangue. As perguntas foram respondidas pelo enfermeiro Cezar Rodrigo Priebe. “As pessoas sempre possuem muitas dúvidas, é muito comum. Estou há anos nisso e mesmo que se esclareça e fale, muitas dúvidas continuam.” O doador passa por uma triagem clínica hematológica, onde o enfermeiro aborda várias questões para tirar as dúvidas e garantir que a pessoa pode realizar a doação.
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Covid-19
Quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue 30 dias após a cura. O banco de sangue não realiza teste de Covid antes da doação. Qualquer sintoma será identificado apelas pela entrevista na fase de triagem.
O Hemovida não marca horários porque recebe doadores de vários locais. O agendamento poderia tirar a chance de quem doa espontaneamente. No entanto, em função da pandemia, os doadores devem ir sozinhos, sem acompanhantes, para evitar aglomerações. A coleta é feita com todos os cuidados de higiene e distanciamento, com uso de máscara. Além disso, a imunidade da pessoa não vai diminuir por causa da doação
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Quem fez a vacina contra a Covid-19 pode doar sangue, mas o intervalo de tempo depende de qual vacina foi aplicada. “Para a Coronavac são dois dias; já para a AstraZeneca são sete. Quem teve reação à vacina ou febre deve esperar 15 dias antes de doar”, explica Cezar Priebe.
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Tatuagens e piercings
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Não podem realizar a doação pessoas que fizeram tatuagem, maquiagem definitiva ou piercing nos últimos 12 meses. Para quem possui piercing na cavidade oral ou genital, a doação é vetada por causa do risco de contaminação. De acordo com o enfermeiro do Hemovida, a legislação vigente para doações de sangue é mais antiga e, na década de 1980, houve muitos casos de pessoas que pegaram doenças como hepatites e até HIV por causa de tatuagens. “Há um período em que a pessoa pode pegar a doença e isso não se manifestar no sangue e passar despercebido nos testes. Por isso que se tem uma janela bem ampla. Claro que talvez não seria necessário aguardar um ano para tatuagem e piercing, mas a legislação prefere pecar por excesso de tempo do que por falta para não haver contaminação por transfusão de sangue.”
Outras doenças
Quem teve hepatite na infância pode doar se teve a doença até os 11 anos de idade. “Se teve depois, a pessoa fica com um anticorpo e acusa como se tivesse hepatite e não podemos aceitar.”
Quem possui hipertensão pode doar dependendo do tipo de medicação que usa, pois se estiver tomando um betabloqueador, que pode diminuir os batimentos, há chance de sofrer uma tontura ou queda de pressão durante a doação.
Quem teve câncer e realizou quimioterapia, de acordo com a legislação, não pode doar, mas também depende do tipo de câncer, o que deve ser conversado durante a entrevista.
Para quem teve sífilis e já se curou, é necessário aguardar alguns anos antes de realizar a doação, e o caso também deve ser comentado na triagem.
Já para quem possui depressão ou ansiedade, a doação depende do tipo de medicação que é tomada pelo paciente, o que deve ser conferido também durante a triagem.
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Primeira doação
Quem não sabe o tipo sanguíneo pode realizar a doação e vai ficar sabendo dentro de 30 dias quando receber o cartãozinho de doador. O sangue doado também passa por exames de aids, sífilis, chagas, hepatites B e C e anti-htlvI/II.
A respeito da agulha, Cezar Priebe conta que ela tem o tamanho aproximado de uma ponta de caneta bic, e dói como qualquer outra. “Só a ponta da agulha que é introduzida no braço, são alguns segundinhos de dor, mas não é a agulha inteira que entra no braço.”
Para quem tem receio de desmaiar durante a doação, o enfermeiro explica que pode haver um mal-estar ou uma queda de pressão por conta da ansiedade, por não ter dormido bem ou por ir fazer a doação em jejum. “Mas são situações em que a pessoa se recupera rápido, temos as poltronas reclináveis para isso, para poder reclinar, baixar a cabeça e levantar as pernas.”
Para quem acredita que, ao realizar a primeira doação de sangue, é necessário doar sempre, isto é um mito. “Não precisa doar nunca mais se não quiser, o organismo não vai viciar ou ficar dependente da doação de sangue”, conta.
Antes da doação
No dia anterior à doação de sangue as recomendações são evitar ingerir alimentos muito gordurosos, já que permanecerá no sangue, assim como evitar a ingestão de álcool por pelo menos 12 horas antes da doação. O doador não pode estar muito cansado ou sem dormir, deve estar descansado. A pessoa também não deve estar em jejum, deve comer algo leve cerca de 2 horas antes da doação.
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