Ao longo desta semana, Santa Cruz do Sul e a região de entorno, bem como várias outras áreas do Rio Grande do Sul, viram-se confrontadas com manifestação sem precedentes da natureza. Acostumamo-nos a ver no noticiário catástrofes nos mais variados recantos do planeta, mas quando tudo acontece ao nosso lado, ou mesmo conosco, é que sentimos o quanto tais ocorrências podem ser destrutíveis, inestancáveis. O quanto somos frágeis. Não existe controle remoto que desligue esse tipo de ocorrência, por mais que nos acostumamos a querer comandar tudo apenas apertando botões.
Desta vez foram chuvas torrenciais, que em Santa Cruz atingiram a impensável marca de 500 milímetros em apenas uma semana. Com tanta água, e com o vertiginoso escoamento dela, sucumbem pessoas e suas posses, prédios, bens, bairros inteiros. E sem esquecer de todo o ecossistema: afinal, não são apenas as pessoas que são atingidas, e sim todos os seres vivos (que igualmente sofrem e sentem) nas áreas afetadas.
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Durante a chuvarada, era de fato difícil sequer dimensionar ou assimilar o que estava acontecendo, que dirá tomar medida mais efetiva ou prática, diante da condição de isolamento na qual ficaram tantas localidades. Mas era preciso socorrer, acolher, ajudar, e, especialmente, tomar decisões para minimizar riscos de mortes e estragos em geral. Nesse sentido, a região se mobilizou, e certamente o que era possível fazer foi feito, com a agilidade devida. Agora chega o momento de contabilizar perdas, avaliar o cenário e, com a energia da união de forças que deve advir dos organismos públicos e privados, iniciar um movimento para, dentro do que for possível, restabelecer uma mínima normalidade.
Mas não só. Se ainda havia dúvida a respeito disso, fica escancarada, diante de nossos olhos, que o ritmo e o modelo de vida adotado na sociedade contemporânea não é sustentável (termo tão repetido). E o que não é sustentável, por óbvio que soe, não se sustenta. A sociedade precisará repensar a forma como lida com a natureza, a forma como se posiciona na natureza, que espaços ocupa, de que forma os ocupa e o preço coletivo que se paga por isso.
A Redação Integrada da Gazeta, ao longo de toda a semana, inclusive no feriado do Dia do Trabalho, quarta-feira, não mediu esforços para informar a todos, em tempo real e integral, sobre o que acontecia na região. Como bem se sabe, justo nessas horas tão dramáticas e terríveis, informação clara, rápida e confiável salva vidas e patrimônios, enquanto desinformação provoca o contrário. Informar bem é nossa missão. Para cumpri-la é que nossos profissionais se movem a cada dia, inclusive agora, no esforço de reconstrução. Que será concretizada, sem dúvida, pois trata-se de região capaz de feitos memoráveis de viés coletivo, e que agora deve agir à altura de uma catástrofe natural igualmente memorável.
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Que seja um fim de semana com paz. De preferência, sem chuva!
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