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Aplicativo ajuda a mostrar se alimentos são saudáveis

Integral. Zero gordura. Sem açúcar. A busca dos consumidores por um estilo de vida mais saudável tem levado diferentes marcas de alimentos e bebidas a investirem em rótulos que tornem os produtos mais atrativos. No entanto, nem sempre essas informações condizem com aquilo que está dentro da embalagem. Pensando nisso, um grupo de nutricionistas brasileiros criou o aplicativo Desrotulando, que traduz informações dos rótulos em uma nota de zero a 100, indicando os pontos positivos e negativos de cada produto.

A nutricionista Juliana Ziebell conta que usa o aplicativo e indica para os clientes. “Acho ótimo e instrutivo, pois é uma forma da população leiga saber ler e interpretar os rótulos”, comentou. De acordo com ela, quanto menos ingredientes um alimento tiver e mais simples eles forem, melhor para a saúde. “Se o alimento já vier embalado da natureza, ele certamente será saudável. Se for industrializado, é preciso observar a qualidade das gorduras, se tem ou não corantes, aromatizantes e sabores artificiais e a presença também de conservantes. Se tiver ingredientes com letras e números, foge que é químico”, orientou.

Para conferir se os rótulos estão passando as informações verdadeiras sobre o produto, a nutricionista também dá algumas dicas. No caso dos integrais, por exemplo, como pães e biscoitos, o primeiro ingrediente (que é sempre aquele que tem em maior quantidade no produto) precisa ser “farinha de trigo integral”. O suco de uva, por sua vez, não pode conter água na composição e, em relação às gorduras, não pode ser do tipo trans e hidrogenada, que são prejudiciais à saúde.

“Já com o açúcar é mais complicado, pois a indústria alimentícia ‘se ligou’ que produto zero açúcar vende melhor, aí passou a colocar outros ingredientes que nosso organismo interpreta como açúcar, por exemplo: sacarose, frutose, lactose, glicose, glucose, dextrose, maltodextrina, açúcar invertido, calda de agave e xarope de milho”, diz. A dica da nutricionista, para comer bem e de forma saudável, é evitar os industrializados e consumir o alimento no seu estado mais próximo ao encontrado na natureza. “Em outras palavras: descascando mais e desembalando menos.”

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E os transgênicos?
Para a nutricionista Juliane Ziebell, a questão dos alimentos transgênicos é polêmica e complicada de responder. De acordo com ela, nos dias de hoje é quase impossível evitar esse tipo de produto, pois muitas matérias-primas utilizadas pela indústria possuem essa característica. “O transgênico é um melhoramento genético das sementes que torna os alimentos mais resistentes às variações climáticas, resistentes a pragas e até melhorando a qualidade nutricional dos produtos. A minha opinião pessoal é de que o problema dos transgênicos é sobre a diminuição da biodiversidade, o desequilíbrio ecológico e a sobrecarga do meio ambiente, exigindo mais da terra do que ela é capaz de nos dar”, comentou.

Como funciona o app
O aplicativo está disponível para Android e IOS e pode ser baixado de forma gratuita. Não é preciso fazer nenhum tipo de cadastro.

Após o download, há três formas de consulta: buscando pelo nome do item no campo de pesquisa, apontando a câmera do celular para o código de barras ou navegando através das categorias de produtos (grãos e cereais, laticínios, pães e bolos, etc).

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Quando o produto é localizado, o app exibe a ficha técnica dele (com dados sobre peso e ingredientes), junto com uma nota que vai de zero a 100 e a data da avaliação. A ficha também mostra se há ingredientes que causam alergia, como o glúten e a lactose.

Para classificar o alimento, são consideradas informações como o uso de gordura trans, os níveis de açúcar e sódio e a presença de aditivos, que são aqueles ingredientes que não têm o objetivo de nutrir, apenas de melhorar a apresentação e a durabilidade do produto. Nessa categoria, também é avaliado o uso de aditivos considerados controversos que, embora permitidos pela Anvisa, não alcançam um consenso no âmbito internacional sobre o risco ou não à saúde.

Todas essas funções são gratuitas, assim como o download do aplicativo. Além delas, no entanto, é possível pagar por uma versão que oferece recursos personalizados, como por exemplo filtrar a busca por alimentos sem glúten e sem lactose ou por aqueles que se encaixam na dieta do usuário.

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Embora contenha milhares de itens cadastrados, nem todos os artigos do supermercado estão no app. Quando buscar por algo e não encontrar, o usuário pode enviar as informações e sugerir que o aplicativo faça a avaliação, contribuindo para o banco de dados.

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