É chegado o momento de iniciar mais um ano letivo. Preparativos foram realizados em escolas estaduais, municipais e particulares durante as férias dos estudantes, ao longo das últimas semanas. Gestores e educadores receberam formações nos últimos dias, o que deve seguir ocorrendo ao longo do ano. O retorno do ensino 100% presencial também traz a necessidade de adaptações, com a tecnologia cada vez mais próxima do cotidiano escolar. E uma das novidades que se apresenta é o Novo Ensino Médio, que na rede estadual do Rio Grande do Sul inicia junto ao ano letivo, em 21 de fevereiro.
Este novo formato da matriz curricular vem sendo construído há alguns anos e deve ser implementado em todo o Brasil agora em 2022. O Novo Ensino Médio, conforme o coordenador da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Luiz Ricardo Pinho de Moura, já circulava na Câmara dos Deputados desde 2015. Mais recentemente, alguns ensaios foram feitos, em alguns Estados, por meio de escolas-piloto. Na área de abrangência da 6ª CRE, dez escolas foram pilotos, entre elas a Escola Padre Benjamim Copetti, em Sobradinho.
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A partir deste ano, segundo ele, não há mais o piloto. “Agora é 100% do ensino médio brasileiro totalmente diferente. Os alunos têm uma participação mais ativa, onde já no segundo ano eles buscam escolher qual a área de conhecimento que querem aprofundar. Já no primeiro ano eles recebem alguns componentes diferenciados. Além das disciplinas básicas, terão Cultura Digital, Mundo do Trabalho e Projeto de Vida, que vão trabalhar com eles dando algumas orientações de como podem estar construindo os seus objetos do conhecimento, entrando, a partir daí, os itinerários formativos, as disciplinas eletivas, onde há uma aproximação maior dos jovens com a área que buscarão trilhar”, explica.
Sete matrizes curriculares na Copetti
Neste primeiro ano de implementação da reforma do ensino, apenas o 1º ano terá a nova matriz curricular. Desta forma, os mais de 150 alunos matriculados nesta série na Escola Copetti, no turno da manhã ou à noite, iniciarão o ensino médio já no novo modelo. No primeiro ano serão 11 componentes gerais, comuns à todos e referenciados pela BNCC, e três itinerários iguais para todos os estudantes.
Já os jovens que estão cursando o 2º e 3º anos do ensino médio seguem com o modelo vigente em sua instituição de ensino. No caso da Escola Copetti, que foi piloto, alunos do turno da manhã mantém-se na matriz curricular do Novo Ensino Médio/Escola Piloto, que vinha sendo aplicado nos últimos dois anos e já possuía itinerários formativos.
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Enquanto isso, os alunos do noturno (2º e 3º anos), seguem no antigo ensino médio. “É uma revolução. Os professores já estão desde o final de 2021 em formação, porque os componentes curriculares são novos. Estamos retornando de um período pandêmico, então as aprendizagens terão que ser resgatadas, o aluno passando por uma avaliação diagnóstica para situar o aprendizado dele e também muita qualificação para o professor”, acrescenta Pinho de Moura.
Segundo a vice-diretora da Escola Copetti, Rosemari Heringer, e as supervisoras escolares, Cassimere Zago e Liliam Magri, a instituição iniciará o ano tendo sete matrizes curriculares diferentes, pois além dos três modelos de ensino médio que caminharão em paralelo até 2023, também há o ensino fundamental – anos iniciais e finais, Curso Normal e Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
“Nova era”
“Este novo ensino médio é a reforma que o governo está trazendo, pensando em oferecer possibilidades de o aluno aprofundar-se em uma área do conhecimento na qual possui maior interesse. Essa é a ideia geral. Enquanto no 1º ano ele terá uma formação geral, no 2º e 3º anos poderá escolher entre um dos dois itinerários disponíveis na Escola Copetti (Cidadania e Gênero e Educação Financeira), um que está mais voltado à Ciências Humanas e Linguagens, enquanto o outro à Matemática e Ciências da Natureza. A própria disciplina de Projeto de Vida deverá auxiliar nesta escolha, de qual o seu sonho, do que pretende seguir futuramente”, destacam.
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Segundo elas, nesta reestruturação, alguns componentes básicos (disciplinas) tiveram redução na carga horária para dar lugar aos itinerários formativos. No 1º ano, cuja mudança já se dá em 2022, serão mil horas de aula, divididas em bimestres, sendo 30 períodos de 50 minutos cada por semana – o que corresponde a todas as manhãs mais uma tarde para os alunos do dia e, para os do noturno, todas as noites com cinco períodos mais uma aula assíncrona, diariamente, a partir das 18h15, com atividades a serem entregues a cada 15 dias.
Conforme o coordenador da 6ª CRE, no novo modelo há um maior protagonismo do aluno em sua aprendizagem. “O nosso estudante, nosso jovem exercendo todo o seu protagonismo juvenil, participando ativamente de todas as decisões da sua aprendizagem. Então é uma inauguração de uma nova era da questão do ensinar e aprender. O estudante passa a ser de fato o grande centro das atenções dentro dos seus aspectos de aprendizagem”, frisa.