Eu a conheci trabalhando nas quermesses da Paróquia da Ressurreição. Ela largava tudo para se dedicar à sua comunidade. O fazia com zelo, carinho e muita habilidade. Líder comunitária e catequista, como salientou o padre Antônio Puhl, a dinâmica Terezinha costumava dizer “deixa comigo!”.
Mas sobretudo, Terezinha sabia sorrir. Sua alegria contagiava. Fomos nos aproximando. Falávamos das dificuldades e possibilidades, do que se poderia fazer pelas pessoas, especialmente as mais necessitadas. Não tardou para que seu marido, o Sinval, se tornasse meu aluno na Unisc.
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Já como ex-aluno, no dia da posse como prefeito, ao lado de Vera, Helena e toda a equipe de governo, ao final da cerimônia, Sinval me abraçou e cheio de orgulho disse: “Olha só, a minha Terezinha, cantando para todo o mundo”. Foi um dos melhores abraços de minha vida. Na oportunidade, ao assumir a Prefeitura, fiz questão de que Terezinha entoasse o hino nacional. Ela, de olhos brilhantes, a todos encantou com sua potente e maravilhosa voz.
Ainda agora, há poucos dias, fomos, Vera e eu, visitar o casal. Sinval havia saído. Terezinha brincou amorosamente: “O Sinval é um caso à parte. Adora as caminhadas dele. Até precisa caminhar. Isso lhe faz muito bem. Deve estar chegando”.
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Conversamos sobre as enchentes. Nos aconselhava com sua sabedoria e convivência com a Várzea. Sempre encontrava um jeito de ver o lado bom e possível de melhorias. Mesmo quando as dores a afligiam, ela as minimizava. “Estou perdendo o comando das pernas, mas nada demais”, nos disse sem se lamentar.
Antes de sairmos, Vera perguntou pela fotografia emoldurada junto à cabeceira da mesa de jantar. Na imagem, Terezinha, em sua exuberância e alegria, que se dedicara a tantos, sorri plena. Sinval nos diz que a fotografia ali permanecerá para sempre.
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Não vamos mais nos encontrar nas práticas de hidroginástica nas piscinas da Unisc. Perdão, Terezinha, obviamente que vamos seguir convivendo. Talvez, agora, mais do que nunca. Terezinha, obrigado por tua generosidade e fulgor. Terezinha, ao lado do Sinval, dos familiares e vizinhos, amigos e comunidade, seguimos te aplaudindo.
Conhecer o bairro do Pinheiro e adjacências, em agosto de 2019, foi uma das experiências mais impactantes. Hoje, seguem as rachaduras, pisos afundando, prédios interditados, tremores e crateras, famílias desalojadas, medo, pessoas sem conseguir dormir e sem saber o que pode vir pela frente… um somatório provocado pela extração de sal gema. Maceió, Mariana, Brumadinho, Gramado moram ao nosso lado. Assim como os deslizamentos, as enchentes no Sul e seca no Norte, sem esquecer os problemas minerários mundo afora e os expatriados que buscam por um lar que lhes foi sonegado.
Em Dubai, aproxima-se o encerramento da Conferência do Clima. 2023, ano das devastadoras mudanças climáticas, está sendo considerado o ano mais quente da história. De onde virá a força capaz de promover uma resolutiva mudança comportamental?
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Por aqui cresce a sensação coletiva de que podemos caminhar ativamente para uma cidade que se integre ambientalmente.
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