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VALE DO RIO PARDO

Apenas 54% dos domicílios da região têm rede de esgoto; veja os dados

Foto: Banco de Imagens

Agerst realizará audiência pública sobre o esgoto em Santa Cruz; entenda o que será debatido

O Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o Vale do Rio Pardo ainda apresenta grande deficiência na área do atendimento com esgoto à população. Em toda a região, apenas 54,12% dos domicílios possuem ligação com a rede coletora. E somente seis deles contam com mais da metade dos domicílios com a rede geral, pluvial ou fossa conectada ao sistema de coleta. Nesta lista estão Santa Cruz do Sul (84,77% com ligação), Pantano Grande (76,08%), Encruzilhada do Sul (63,68%), Vera Cruz (62,62%), Rio Pardo (60,22%) e Venâncio Aires (57,76%).

O recenseamento apontou que em todo o Brasil 62,5% da população morava em domicílios conectados à rede de coleta de esgoto em 2022. Na região, apenas Santa Cruz do Sul, Pantano Grande, Encruzilhada do Sul e Vera Cruz superam este índice. O percentual nacional era de 44,4% em 2000 e subiu para 52,8% em 2010. As informações foram publicadas pelo IBGE na divulgação Censo 2022: Características dos domicílios – Resultados do universo.

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Dados do Censo Demográfico 2022 revelam que as soluções de esgotamento sanitário mais comuns na região eram por fossa rudimentar ou buraco (42,85% dos municípios), fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede (35,71%) e rede geral ou pluvial (18,85%). Apenas Santa Cruz do Sul apresenta percentual mais alto dos domicílios com o uso de fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede (43,12%), seguido pela ligação com a rede geral ou pluvial (41,65%).

Na região, em 22 municípios mais da metade da população morava em domicílios não conectados à rede de coleta de esgoto em 2022. Os piores índices foram verificados em Lagoa Bonita do Sul (sem rede), Segredo (0,04%), Herveiras (0,31%), Passa Sete (0,59%), Ibarama (0,64%), Mato Leitão (2,28%), Boqueirão do Leão (2,38%), Gramado Xavier (4,42%), General Câmara (6,13%) e Cerro Branco (6,95%).

Considerando quem vivia em domicílios com fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede coletora, nenhum municípios da região alcança índices superiores a 50%. Os valores mais altos são de Santa Cruz do Sul (43,12%), Venâncio Aires (31,66%), Estrela Velha (30,49%), Vera Cruz (24,98%), Passo do Sobrado (23,1%), Rio Pardo (22,88%) e Pantano Grande (20,55%). Os percentuais mais baixos, conforme os dados do IBGE, são de Lagoa Bonita do Sul (sem rede coletora), Segredo (0,04%), Boqueirão do Leão (0,25%), Lagoão (0,3%), Herveiras (0,31%), Ibarama (0,42%), Passa Sete (0,46%), Tunas (0,57%), Mato Leitão (0,69%) e General Câmara (0,92%).

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Há grande índice de fossas rudimentares e de buracos

Dez municípios da região possuem mais da metade dos domicílios com fossas rudimentares ou buraco para o destino do esgoto. Em todo o Vale do Rio Pardo, os moradores de 19,85% dos domicílios ainda usam este sistema. Os índices mais altos são de Segredo (93,19%), Passa Sete (84,13%), Tunas (83,9%), Lagoa Bonita do Sul (77,96%), Herveiras (70,73%) e Gramado Xavier (65,43%). Ainda aparecem com altos percentuais Estrela Velha (58,05%), Barros Cassal (54,51%), Sinimbu (52,53%) e Arroio do Tigre (51,37%). Os indicadores mais baixos são de Santa Cruz do Sul (2,22%), Venâncio Aires (6,23%) e Passo do Sobrado (7,31%).

Com fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede coletora de esgoto há oito municípios do Vale do Rio Pardo com índices superiores a 50% dos domicílios particulares ocupados: General Câmara (77,19%), Mato Leitão (76,42%), Boqueirão do Leão (73,61%), Cerro Branco (69,47%), Sobradinho (66,74%), Vale do Sol (64,3%), Passo do Sobrado (63,38%) e Ibarama (55,89%). Os percentuais mais baixos são de Tunas (0,43%), Lagoão (1,77%) e Pantano Grande (3,33%).

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O percentual de domicílios na região que usam vala, rio, lago, córrego ou outra forma como tipo de esgotamento sanitário totalizou 2,03% no ano de 2022, quando houve o Censo do IBGE. Os municípios com os mais altos índices de domicílios sem banheiro ou sanitário são Passa Sete (1,51%), Barros Cassal (1,38%), Lagoão (1,33%) e Tunas (1,21%).

O analista da pesquisa do IBGE, Bruno Perez, afirma que, entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. “O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica. As três formas adequadas, segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), são rede geral ou pluvial, fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede e fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede.

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Domicílios sem coleta de esgoto ainda são realidade

Na comparação entre 2010 e 2022, todas as unidades da federação registraram crescimento da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção da população habitando domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica. Apesar dos avanços observados, 3.505 municípios brasileiros tinham menos da metade da população morando em domicílios com coleta de esgoto, enquanto em 2.386 municípios menos da metade dos habitantes morava em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica.

A proporção da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora mostrou relação com o tamanho populacional dos municípios: nos municípios com até 5 mil habitantes, apenas 28,6% deles vivia em domicílios com coleta de esgoto. Esse número sobe gradualmente a cada classe de tamanho da população, até atingir 83,4% nos municípios com 500.001 habitantes ou mais.

“A presença da rede de esgoto está relacionada ao contingente populacional de cada município. Há uma tendência de municípios com mais de 500 mil habitantes terem rede de esgoto mais robusta. Isso ocorre, em parte, devido à dificuldade de implementação do serviço em locais com menor densidade populacional, sendo necessária uma rede mais extensa para chegar ao mesmo número de pessoas de um município maior”, afirma o analista da pesquisa do IBGE, Bruno Perez.

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