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Apenas 389 pessoas estão presas por corrupção e peculato no Brasil

O Brasil possui cerca de 840 mil pessoas presas nos regimes fechado, semiaberto e aberto. Destes, apenas 389 detentos foram condenados pelos crimes de corrupção ou peculado, o que representa 0,45% da população carcerária brasileira. O dado foi divulgado pelo Procurador da República e coordenador do Grupo de Trabalho da Operação Lava Jato, Douglas Fischer, que participa de um Congresso na Unisc com o tema “Direito eleitoral contemporâneo: o despertar da cidadania política”. 

No evento, que teve início nessa quinta-feira, 9, e segue ao longo desta sexta, Fischer falou sobre “Doações eleitorais e fiscalização”. Segundo ele, o problema de caixa dois não vai acabar, mas deve diminuir. “Não posso ser ingênuo e acreditar que deixarão de cometer crimes. Mas estamos em processo de demonstração à sociedade de que o crime não compensa e quem cometer será responsabilizado “, comentou Fischer em entrevista à Rádio Gazeta na manhã desta sexta-feira. “Ainda há a cultura de que corrupção não dá em nada”, completou, ressaltando que há a sensação de impunidade neste tipo de criminalidade. 

Conforme o procurador, só na Operação Lava Jato já foram recuperados R$ 2,9 bilhões e 800 milhões de dólares estão bloqueados na Suíça. “É precisa dar ênfase a este tipo de criminalidade, sem deixar de responsabilizar, claro, aqueles que cometem crimes violentos, como homicídio e estupro”, explicou. 

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Para ele, a corrupção é um problema mundial e que não será resolvido. “Onde há sociedade, há corrupção”, alegou. No entanto, Fischer acredita que a probição de doações de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais pode diminuir o problema, “ainda que não seja a solução”, ressaltou. “Se mudar a legislação, diminui a diferença entre os candidatos. Não vai impedir a corrupção, talvez até aumente o caixa dois”, salientou. Atualmente, explica o procurador, há dois tipos de doações: aquele que é oficial, registrada e contabilizada, mas oriunda de propinas, e o chamado caixa dois, que acontece quando o dinheiro “circula por fora”.

Para diminuir a corrupção, Fischer afirma que a ajuda da população é fundamental. Ele aconselha que, sempre que se averiguar irregularidades, as pessoas devem procurar o Ministério Público Federal ou Estadual para afzer denúncia. 

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