Apenas 2% dos motoristas que infringiram as novas regras do estacionamento rotativo pago em Santa Cruz do Sul foram multados pela fiscalização da Prefeitura até agora. Segundo dados do Conselho Comunitário Pró-segurança Pública (Consepro), que administra o Rapidinho, entre o dia 1º, quando foi instituído o limite de duas horas para permanecer nas vagas da zona azul, e o dia 15 foram emitidas 809 advertências, o equivalente a 53 por dia. O número de autos de infração, no entanto, foi de apenas 18.
Pela nova regra, se o motorista precisa permanecer na área do Rapidinho por mais de duas horas, precisa encontrar outra vaga. Se não o fizer, fica sujeito a penalidades. O objetivo é aumentar a rotatividade, mas desde que a mudança foi anunciada, especialistas alertaram para a necessidade de fiscalização para que o modelo funcione.
O secretário municipal de Transportes e Serviços Urbanos, Gerson Vargas, admite que a fiscalização não foi intensificada. Segundo ele, o volume de multas é baixo na comparação com as advertências porque o número de azuizinhos em atividade (18) é muito inferior ao de fiscais do Rapidinho (42). “Além do estacionamento, os azuizinhos precisam dar conta da fiscalização das escolas, acompanhar obras, atender acidentes. Não podemos deixar outras demandas de lado”, alegou.
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Embora reconheça que a falta de fiscalização pode comprometer a proposta do Rapidinho, Vargas alega que, até o momento, a mudança vem surtindo efeito positivo. De acordo com o Consepro, o número de vagas livres na área azul aumentou 10%. “Agora quase sempre se encontra vagas em todas as quadras, o que antes não acontecia. Nosso objetivo não é multar e, sim, garantir que haja a rotatividade”, argumentou.
A multa por “estacionamento em desacordo com as condições regulamentadas” é de R$ 195,23 e cinco pontos na carteira de habilitação. Além disso, o Código de Trânsito Brasileiro prevê, no artigo 181, a remoção do veículo que, nesse caso, ficar mais de duas horas na mesma vaga do Rapidinho.
Procura por quadras ao redor aumenta
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O Rapidinho funciona em 41 quadras no retângulo entre as ruas Sete de Setembro, Thomaz Flores, Senador Pinheiro Machado e Ernesto Alves. Enquanto na zona azul as vagas livres têm aumentado desde o dia 1º, as quadras adjacentes estão cada vez mais concorridas.
O advogado Rômulo Kern trabalha em um escritório na Marechal Floriano e diariamente estaciona na Thomaz Flores. “Se tenho um compromisso, perco de 20 a 30 minutos em deslocamento e na procura por uma vaga. Antes (do limite de tempo) o carro ficava próximo ao escritório.”
A procura por ruas fora da área azul também é algo comum para a vendedora Daniele Martins, que vai ao Centro periodicamente e sempre busca por vagas sem a cobrança. “Normalmente venho de moto, mas quando estou de carro procuro por vagas fora do Rapidinho.” Os motoristas alegam que não é a cobrança que faz com que eles busquem outros locais, e sim o limite de tempo. Dependendo do compromisso, nem sempre é possível sair antes que o período extrapole.
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Curso
Pelo menos 50 colaboradores que atuam na cobrança do Rapidinho participam de um curso neste sábado. O encontro vai acontecer no auditório do Sindilojas e será ministrado pelo professor André Kohl, do departamento de Administração da Unisc. A intenção é profissionalizar ainda mais o trabalho das agentes e, principalmente, orientar sobre como lidar com as situações de conflito com os usuários.
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