Um apenado da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva) garantiu o 1º lugar no vestibular da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) para a graduação de ensino à distância (EAD) entre pessoas privadas de liberdade. O resultado do processo, que selecionou cinco de um total de 22 candidatos, foi divulgado na última semana.
O detento foi aluno do Núcleo Estadual de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA) Mário Quintana, que atua desde 2015 na unidade prisional e conta atualmente com 106 alunos matriculados. A escola sempre teve como foco promover a inclusão social das pessoas privadas de liberdade.
Com a aprovação, ele irá cursar ciências contábeis na universidade, além de continuar frequentando as aulas do NEEJA como ouvinte e participando do projeto de remição pela leitura. “A oportunidade de fazer uma faculdade tem um valor imensurável para mim. Sempre sonhei em fazer este curso”, ressalta o apenado.
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Segundo a delegada da 8ª região penitenciária, Samantha Longo, este é um passo significativo para qualificar os detentos por meio do ensino superior. “Esta ação é essencial para que possamos promover uma mudança de vida para essas pessoas através da educação”, afirmou.
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O processo de seleção para ingresso em cursos de graduação ocorreu neste mês através da avaliação de proficiência em língua portuguesa. A prova foi realizada em cinco unidades prisionais do Vale do Rio Pardo, na 8ª DPR, e os apenados concorreram a cinco bolsas integrais de EAD nos cursos oferecidos pela Unisc. Todos os classificados receberam notas superiores a 90 pontos em suas redações.
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A iniciativa foi desenvolvida pela equipe técnica da 8ª DPR com apoio do NEEJA Mário Quintana. “Ficamos orgulhosos com o resultado, porque o nosso objetivo é resgatar valores, construir conhecimento e oportunizar mudanças na vida dos alunos”, destaca a diretora da escola, Mariela de Borba.
O Secretário de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, parabenizou a equipe pela iniciativa. Para ele, a ressocialização dos apenados passa pela educação. “É através de ações como esta, propiciando o aprendizado, que eles terão a oportunidade de garantir uma formação, uma profissão e a sua reintegração na sociedade”, resumiu.
Para o Superintendente dos Serviços Penitenciários, José Giovani Rodrigues de Souza, a possibilidade de cursar o ensino superior é uma experiência transformadora para as pessoas privadas de liberdade. “É uma oportunidade de eles projetarem um futuro diferente quando retornarem à sociedade”, completa.
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