Viajar pelas rodovias do Estado tornou-se um exercício de perícia, paciência e risco de emoções nada agradáveis. O colapso na manutenção das estradas obriga os motoristas a andar ziguezagueando para desviar dos buracos no asfalto. O tempo chuvoso dos últimos meses agravou a situação. Mas certamente os problemas seriam bem menores se houvesse um programa permanente de manutenção e recuperação das vias ao invés dos tapa-buracos paliativos.

Muitas vezes essas intervenções duram apenas até a primeira chuva, com a volta das crateras, em tamanho ainda maior, sem falar no material solto sobre a pista que vira arma ao atingir o pára-brisa ou outras partes de veículos e motocicletas.

Há poucos dias, uma comitiva de lideranças políticas da região participou de audiência no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), em Porto Alegre, para reivindicar melhorias em algumas rodovias da região. Pobre Daer, um órgão que tenta fazer milagre com a escassez de recursos que o governo disponibiliza para as demandas da estatal. O mais certo era a comitiva cobrar do secretário estadual de Logística e Transportes ou diretamente do governador Eduardo Leite, que têm o poder de alocar maior volume de recursos para a recuperação das estradas.

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O anúncio há poucos dias do Plano de Investimentos em Rodovias para o segundo semestre pouco ajuda diante do tamanho da deterioração da malha viária gaúcha. O mais conveniente talvez seria a denominação Plano de Investimentos em Tapa-buracos. O valor se desfaz rapidamente nas intervenções necessárias na quantidade de buracos e crateras no asfalto das estradas, vegetação que toma conta das pistas e esconde placas e melhorias na sinalização. E com os prognósticos de muita chuva ainda nos próximos meses, remendos pouco vão adiantar ou até aumentar os problemas em pouco tempo.

Não há necessidade de andar longe para perceber o descaso com a segurança nas estradas estaduais. A ERS-400, por exemplo, além da péssima sinalização, problema que se agrava quando há neblina e à noite, na subida da serra, entre Candelária e Sobradinho, há rochas na beira da estrada que desmoronaram do barranco há muito tempo, algumas até meio escondidas em meio à vegetação em uma via que praticamente não tem acostamento. E buracos, crateras e sinalização proliferam por praticamente todas as rodovias sob a responsabilidade do Daer.

O órgão sequer consegue pintar os 15 quebra-molas e repor as placas indicativas nas laterais no trecho da ERS-401, nos municípios de Charqueadas e São Jerônimo. E o que dizer do asfaltamento da ERS-403, entre Rio Pardo e Cachoeira do Sul, cuja conclusão, após três décadas a cada ano ainda é empurrada para o ano seguinte? E o corredor de exportação que cruza a região, formado pela RSC-153 e a RSC-471, há algum tempo passou a ser conhecido como corredor da morte.

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As rodovias são fundamentais para o desenvolvimento, chamadas inclusive de artérias para o escoamento da produção. Mas são importantes também para o transporte de mercadorias, deslocamentos para negócios, trabalho, viagens, de pacientes de saúde, estudantes, professores, turistas e tantos outros. A região não pode ficar inerte aos prejuízos diários e precisa cobrar melhorias urgentes nas estradas e, principalmente, um plano de manutenção permanente. Não dá para perder mais vidas e danos nos veículos que levam nossas riquezas por causa das más condições das rodovias. Estamos longe de ter condições de fazer todo o transporte por helicóptero ou avião.

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