Com a cheia do Arroio Carijinho e seus afluentes, a sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sobradinho registrou pelo menos quatro avanços da água entre o final de abril e início de maio. Conforme João Antonio Cides, membro do Conselho Administrativo da Apae, o problema se agravou ainda na terça-feira, 30 de abril, quando o acumulado de chuva chegou à instituição com maior força e carregando consigo muito barro e outros sedimentos que encontrou pela frente.

Segundo ele, a parte menos afetada foi o ginásio de esportes, que fica ao lado da instituição, onde a água chegou a entrar, mas não provocou tantos estragos como na parte mais baixa, onde se encontram todas as salas da Apae. “Na parte estrutural da Apae e na área da equoterapia, a gente teve uma perda entre 80% e 90% das mobílias e equipamentos. O prejuízo estimado é de 700 mil reais. Em um primeiro momento, ainda naquela terça-feira, entramos lá para retirar os computadores das salas da Secretaria e da Direção, onde ficava toda a documentação. Então fomos até lá para poder salvar esses dados, e também para tentar fazer a água escoar do prédio. Um cenário muito triste encontramos”, recorda Cides.

Conforme o membro administrativo, o trabalho na Apae é sempre intenso pela manutenção do funcionamento da entidade, bem como o auxílio prestado pela comunidade auxilia para as atividades terem sequência. “Passar lá agora e lembrar que ela estava tão bonita, arrumada, e ver a situação que está, é difícil. Contudo, em um primeiro momento a gente fica impactado, mas não adianta, tem que limpar e refazer para receber nossos alunos”, ressalta.

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Cides, juntamente com a diretoria da Apae, agradece a todos que contribuíram, desde o primeiro momento, com auxílio na limpeza da entidade e em outras frentes. “Se perdeu muita coisa sim, mas diante de toda essa situação se salva muita coisa, que são as amizades. Os funcionários, assim como muitos voluntários, auxiliaram”, destaca.

Os atendimentos clínicos na Apae retornaram nesta segunda-feira, 13 de maio, também como uma recepção aos alunos. Aos poucos os horários dos atendimentos específicos vão sendo encaixados novamente, até mesmo a questão da logística do transporte, em razão dos acessos dificultosos.

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Cides lembra que a instituição recebeu, nos últimos dias, um recurso de 200 mil reais oriundo de uma “vaquinha solidária” impulsionada pelo humorista e influenciador Badin, salientando o agradecimento à sobradinhense Mariele Vicente, que intermediou o contato. “Esse valor nos possibilitou a compra de materiais de escritório e de mobiliário para as salas de aula, então se não fosse uma verba dessas, imediata, seria muito difícil.” Cides também lembra que estão em andamento outras “vaquinhas solidárias”, sendo uma delas de um amigo da Apae em Barcelona, na Espanha, e outra direta para a Apae através da chave pix CNPJ 93.297.580/0001-76. Ainda, o Rotary Club Internacional destinou 10 mil reais, intermediado pela presidente local da entidade, Clair Werberich. Mais um valor virá de doação da Apae de Horizontina.

Segundo Cides, ainda há muito a ser feito, mas os mutirões dos últimos dias já contribuíram para abrir espaço para algumas atividades retornarem. “Queremos neste momento trazer nossos alunos para dentro da instituição. Saber como estão, como estão suas famílias, do que estão precisando e, dentro do possível, auxiliar. A instituição foi atingida, mas a comunidade da qual eles fazem parte também foi. O retorno é para que tenham o atendimento necessário e nos passem as informações de como estão”, reforça.

Um levantamento constando as necessidades e prejuízos na instituição foi encaminhado à Federação Nacional das Apaes, que também deverá auxiliar para a reconstrução dos espaços. A Apae de Sobradinho atende cerca de 180 pessoas, de crianças a adultos, e conta com 18 funcionários.

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