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Aos 95 anos, os dedos mágicos de Rute

Foto: Jaime Fredrich

Rute e Judite eram irmãs inseparáveis. Filhas do militar José Valdemar da Silva, e da mãe com nome de flor, Roseira, nasceram em Uruguaiana nos anos 1930. Até a adolescência, era dona Roseira quem lhes ensinava os afazeres da casa, quando não estavam na escola. Até que um dia o pai chegou para as meninas e determinou que deveriam alçar novos voos em relação aos estudos.

Rute iria para um colégio interno, em Pelotas. Judite seguiria seu curso em datilografia para depois trabalhar no envio de telegramas pela agência de correios da cidade.

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Para não perder o vínculo fraternal com a irmã, Rute tratou de amenizar as dores da distância. Comprou dois anéis iguais e deu um para Judite, para que uma sempre lembrasse da outra. Quando Judite veio a falecer, Rute tomou o acessório de volta e o repassou para outra irmã, Dirce, fruto do segundo casamento de José, para que as vivências dos tempos de menina em Uruguaiana não lhe fossem roubadas da memória.

Hoje, aos 95 anos, dona Rute, morando em Santa Cruz do Sul, volta ao passado para recordar os tempos de moça.

No final dos anos 1950, após finalizar os estudos no colégio interno em Pelotas, Rute foi a Porto Alegre, pois, menciona ela, o então governador Leonel Brizola teria oferecido dois anos de formação a quem quisesse estudar para se tornar professor. Ela concluiu o curso e desde então passou a vida inteira em sala de aula como educadora.

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A primeira de suas escolas foi no município de Palmeira das Missões, para onde teria sido designada. E esse sobrevoo na trajetória a levou também ao caminho do matrimônio. Foi lá que conheceu o santa-cruzense Nilvo Koppe, que trabalhava como aviador. “Foi lá que achei meu belo pedaço”, recorda ela, aos risos.

Do casamento vieram quatro filhos: Paulo Afonso, Nilvana, Luís Augusto e Darcilo, já falecido.

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Rute relembra de presentes trocados certa vez entre os dois. Ela o ajudou a comprar uma aeronave, e ele lhe deu um piano, que a acompanha até hoje.

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Nos anos 1980, Nilvo mudou-se para Santa Cruz do Sul, para trabalhar no curtume dos Koppe, uma empresa familiar. Rute atuou como professora nas Escolas Murilo Braga de Carvalho e Estado de Goiás.

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Em 2011, o casal celebrou 50 anos de casados. Três anos depois, Nilvo veio a falecer. No ano passado, Rute foi homenageada na Câmara de Vereadores por ocasião do aniversário da Escola Murilo.

Atualmente ela reside com o filho, Luís Augusto, a nora, Márcia, e com o atencioso neto, Luís, a quem chama de “meu amor”. São eles que têm o privilégio de ouvi-la tocar, em especial nas manhãs, canções como Prenda Minha, Meus Oito Anos e A Casinha Pequenina. E se pedirem Bach, Beethoven e Chopin, ela toca também.

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