Centro-Serra

Aos 90 anos, dona Lorena é exemplo para quatro gerações de mulheres

8 de março. Dia Internacional da Mulher. Ser humano dotado de emoções, sentimentos, atribuições, paixões, responsabilidades, desafios e muita, muita determinação.

Cada mulher é carregada de histórias, de sua própria vida, daquelas que a cercam e das que a antecederam. É resultado de suas vivências, experiências, dos dias de alegria, dos de tristeza, e das muitas barreiras transpostas. São muitas, e todas únicas.

E entre tantas histórias, a de dona Lorena Roso Franceschett, natural da localidade Campestre, Sobradinho, prestes a completar 91 anos de idade, é a que ilustra esta matéria, em uma homenagem a todas as mulheres. Filha de uma parteira e um agricultor, seguiu os passos do pai na lavoura. Quando casou-se, aos 20 anos, permaneceu por décadas ao lado do marido Otávio (in memoriam) no trabalho na agricultura e em quem diz ter tido um grande companheiro, parceiro para tudo.

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Foi na roça que os filhos cresceram, dentro de balaios com pelegos quando ainda pequenos, rodeados pelos cachorros que os protegiam. De sol a sol, os afazeres se desenrolaram no campo e também em casa, cuidando das crianças e das tarefas do lar. A vida passou e a família cresceu, e muito. Ao todo são 5 filhos, 13 netos, 13 bisnetos e dois trinetos, sendo a maioria mulheres.

Até hoje, dona Lorena, que reside em Lagoa Bonita do Sul, costuma realizar alguns afazeres em casa, como passatempo, além de tricotar para as crianças da família. Com uma memória invejável, recorda-se de muitos momentos vivenciados, como de seus partos em casa, da sua mãe que ajudou a trazer ao mundo muitas crianças, também dos desafios ao longo da jornada, mas, sobretudo, da fé, que sempre a acompanhou.

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Para chegar às nove décadas de vida não se tem segredos, ao menos ela não deixou isso claro. Mas é perceptível o quanto a garra e a vontade de superar cada obstáculo a fortaleceram. Foi assim com o Câncer de Mama, descoberto em estágio inicial aos 80 anos de idade. “Quando recebi o diagnóstico cheguei chorando para contar a minha nora Erica, e ela já me disse que iria dar tudo certo. Além da cirurgia, foram cerca de 30 sessões de radioterapia e fisioterapia, em período longe de casa. Também tive que passar por outras cirurgias antes disso, mas graças a Deus deu tudo certo”, conta Lorena.

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E a tal da idade também não é empecilho para fazer valer o seu direito e ir às urnas, como a encontramos durante as Eleições de 2022, acompanhada pela trineta Betina, de 17 anos, que votava pela primeira vez.
Para a bisneta Luana Y Castro, 24 anos, mãe da pequena Estela, de 8 meses, ser mãe jovem a possibilita esta vivência entre gerações, o partilhar do amor com quem esteve muito presente também em sua infância. “Pela lei da vida, as pessoas costumam conviver com seus avós, no máximo bisavós. Para nós é um privilégio que a Estela possa aproveitar os momentos com a avó, bisavó e trisavó, que me acompanhou durante toda a gestação. Com ela também aprendemos que temos problemas, mas que tudo passa. A família toda tem uma admiração muito grande pela dona Lorena, por toda a história que ela passou e segue forte junto com a gente. Ela é um exemplo de mulher pra nós. Sempre preocupada com todos, com um coração gigante. Ela é como se fosse nossa abelha-rainha, nos dá as coordenadas e vamos seguindo”, ressalta.

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Lorena, aos 90 anos, com a trineta Estela, de 8 meses

Sobre as diferenças das épocas, entre quem nasceu no início do século XX e os mais novos, lembram também da oportunidade de ensino, sendo que Lorena estudou até a 3ª série, enquanto a bisneta mais velha já é pós-graduada. Também destacam as facilidades proporcionadas hoje pela tecnologia, mas o quanto a vida também era boa, em meio a dificuldades e conquistas, em décadas passadas.

Quanto ao trabalho na agricultura, este seguiu passando pelas gerações. Em um dos exemplos, de Lorena e Otávio (os trisavós), Januário e a esposa Erica (os bisavós) seguiram no campo, passando para a filha Josecler (avó), que hoje, entre suas funções, atua com gado leiteiro, enquanto Betina (uma das bisnetas) já auxiliou na lavoura, mas hoje dedica-se à nutrição.

O amor e a determinação tem passado entre as gerações, que residem no Centro Serra, na Serra Gaúcha e até em Mato Grosso do Sul. Quando a família se reúne, o centro das atenções é a matriarca, que se enche de alegria e de gratidão, por poder ter cinco gerações juntas, convivendo e compartilhando experiências entre mulheres que têm entre 8 meses e 90 anos de vida.

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Nathana Redin

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Nathana Redin

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