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Ao mestre com carinho

O título desta crônica é uma homenagem ao filme homônimo lançado em 1967 que teve como protagonista o ator Sidney Poitier. Na trama cinematográfica, Poitier encarna um engenheiro negro que aceita lecionar em uma escola barra-pesada em Londres.

Lá, depara com um grupo de adolescentes determinados a expulsar o professor, agindo com agressividade, desrespeito e irresponsabilidade. Tratados com respeito pelo professor, no entanto, os alunos abandonam o comportamento hostil, forjando uma relação de amizade com aquele que queriam destruir.

Virou chavão dizer-se que a missão de ensinar é um sacerdócio, uma expressão um tanto equivocada nos dias de hoje. Nossos professores – com poucas exceções – são obstinados e resilientes, muito antes deste último termo virar moda no linguajar moderno.

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Meus primeiros anos de escola são inesquecíveis, quando morava a uma hora de caminhada de chão batido no interior de Arroio do Meio. Dona Dorothéa Suhre, a primeira professora, era uma espécie de anjo da guarda. Carinhosa e paciente. ouvia a todos quando notava algum problema. Tinha sempre uma palavra de afeto. Falava com os pais quando detectava algum problema e ensinava com rara habilidade.

Nestes quase 20 meses de pandemia os professores foram submetidos a provações inéditas, sendo obrigados a se reinventar para ministrar aulas virtuais sem equipamentos ideais ou orientações técnicas suficientes. Alheios aos obstáculos, nossos mestres não descuidaram de sua obrigação, mantendo as atividades. Muitos foram acometidos pela Covid, mas nada os impediu de agir na formação de cidadãos íntegros com carinho, cultura e conhecimento.

Para muita gente que desconhece as atribulações da rotina escolar, os desafios dos professores significaram um despertar ao tomar conhecimento das agruras. Se já era necessário um esforço gigantesco a cada aula, as dificuldades se agravaram. O largo período longe da sala de aula impôs a necessidade de não apenas recuperar conteúdos, mas de resgatar conhecimentos anteriores esquecidos pela inatividade prolongada do convívio escolar.

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Vistos equivocadamente por muitos como “eternos reclamões”, os professores se tornaram experts na arte de improvisar. Os salários humilhantes percebidos pela maioria se confundem com as péssimas condições de vários estabelecimentos de ensino com espaços inadequados para ensinar.

Some-se a isso a carência de equipamentos, dificuldade de acesso à qualificação, risco de segurança pessoal e falta de manutenção das escolas. No 15 de outubro, impõe-se o reconhecimento desses abnegados profissionais que lidam com crianças e jovens que nem sempre os respeitam. No Dia do Professor, ao mestre com carinho. Sempre, todos os dias!

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