Antes dos refrigeradores, geleiros e agueiros eram figuras importantes no verão

O forte calor verificado neste mês fez com que o leitor Harry Genehr lembrasse de duas figuras importantes nos antigos verões: os agueiros e os geleiros. Esses trabalhadores eram muito aguardados pelas famílias e bodegueiros.

Os agueiros ainda existem, mas não como no passado. Hoje, eles levam bombonas de água mineral a empresas e residências. E temos os entregadores de caminhão-pipa, que carregam o líquido até as propriedades do interior. No início do século passado, transportavam os galões de água em carroças, puxadas por burros.

Nas residências, a água era transferida para tinas e filtros de barro, para ser consumida pela família. Em épocas de seca, quando os poços já estavam esgotados, o volume maior ficava armazenado em tanques ou cisternas, sendo usado para o banho, limpeza e atendimento aos animais.

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Na época em que ainda não existiam os refrigeradores (eles só surgiram em 1913), os geleiros passavam diariamente pelas ruas, entregando barras de gelo. O bloco era colocado em geladeira de madeira, com parede dupla e forro térmico. Ali eram guardados produtos como carne e manteiga, que não podiam ficar no calor.

Geleiro passava todos os dias nas casas e armazéns de Santa Cruz do Sul para realizar a entrega das barras de gelo

Era possível comprar uma barra inteira, meia ou um quarto. O entregador, auxiliado por um gurizote, usava luvas grossas para proteger as mãos. Nas ruas, a gurizada ficava atenta à passagem do geleiro, para apanhar alguma lasca que quebrava quando do corte da peça. Como o bloco derretia, o serviço funcionava de domingo a domingo.

Com o tempo, agueiros e geleiros passaram a trabalhar com pequenos caminhões. Com a chegada das geladeiras a querosene e luz, as de madeira perderam espaço. Mas durante a 2ª Guerra, a fabricação parou e o sistema antigo voltou, permanecendo até o final dos anos 50, quando o preço dos refrigeradores ficou mais acessível.

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Na cidade, a primeira fábrica de gelo nasceu em 1910 e pertencia a Ernesto Iserhard e Balduíno Hoeltz. Ficava na antiga cervejaria próxima ao Colégio Mauá.

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