Segundo a Wikipédia, “anomia é um estado de falta de objetivos e regras e de perda de identidade (…) ocasionando uma espécie de vazio de significado no cotidiano (…).
Há um sentimento de se “estar à deriva,” participando inconscientemente dos processos coletivos/sociais. Perda quase total da atuação consciente e da identidade.”
Agora, adapte esse conceito ao estado geral de nossa nação. Parlamentares, partidos políticos, poderes de estado (salvo raríssimas exceções) estão quase que completamente perdidos, acometidos de anomia institucional, ética e programática.
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Como consequência mais grave e direta, ocorre que o próprio povo se encontra no mesmo estado. Sem entusiasmo, descrente, apático e desiludido. Um sentimento generalizado e desolador.
Ressalve-se, entretanto, que esse sentimento não é primazia nacional. Outras e importantes nações – de expressiva experiência e vivência democrática – estão experimentando o mesmo sentimento de desordem e desorganização, navegando sem rumo.
O momento é tão grave que se reanimam os defensores e simpatizantes de regimes autoritários. Evidentemente, seria pior. Afinal, algo a história já ensinou. Seja pelo abalo nos direitos individuais e coletivos, seja no desacreditamento das regras sociais e econômicas, tentação habitual dos intervencionistas.
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A concomitância do desastre gerencial do governo anterior (pautado por políticas populistas e fiscalmente irresponsáveis) com o desvendar de centenas de casos pessoais e coletivos de corrupção deixou a nação em total estado de perplexidade.
Consequentemente, generalizou-se de modo definitivo a descrença na política, no parlamento, no Judiciário e no governo federal.
Porém, não bastasse esse sentimento coletivo, insinuam-se – na pretensão de concorrer à presidência – “figurinhas carimbadas” e desacreditadas, quando não processadas e já condenadas judicialmente.
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Em contraponto a determinados candidatos e ao sentimento de descrença, surgem também os milagreiros de plantão, os novos profetas. Ou seja, o momento é propício aos demagogos. Não há nada que não possa piorar.
E como não há sinais de autocrítica político-partidária e produção de diagnósticos acerca dos equívocos gerenciais e da natureza dos atuais impasses sociais, é difícil alimentar crenças de superação deste enorme desencontro, sentimento de mal-estar e pessimismo.
Mas, apesar dos pesares, é nosso dever ético e cívico renovar e manter acesa a chama da esperança.
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