Sinto falta dos abraços, dos amigos em torno da churrasqueira, dos almoços bagunçados com os colegas de trabalho, de jogar conversa fora na padaria, no supermercado e em qualquer lugar onde haja pessoas. Costumo dizer que sou “movido a gente”. O silêncio e a solidão me causam angústia.
Nestes dez meses de confinamento, é do contato humano que mais sinto falta. Longe de negar a pandemia, busco o equilíbrio entre os cuidados e a imposição das tarefas como fazer compras e passear com o cachorro. Entrar em pânico é renunciar à lucidez. Medo? Sim, porque preserva a vida, nos mantém vivos.
Em contrapartida a tantas polêmicas que transformaram os usuários das redes sociais em gladiadores, costumo perguntar aos amigos, em tom de brincadeira: “Tu achas que o ano passou rápido ou muito devagar?”. As respostas são as mais variadas. Vão desde aqueles que dizem: “Quando vi… já era Natal!”. Também há aqueles que garantem: ”Masbá… parece que foram dois ou três anos!”.
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Manter a sanidade neste tsunami de más notícias e imagens chocantes repetidas à exaustão pelos noticiários. Li, há pouco, algumas dicas básicas do tipo “Como cuidar da saúde mental”. Em resumo são:
1) faça atividade física regularmente; 2) cuide de sua alimentação; 3) tenha boa qualidade de sono; 4) proporcione-se momento de lazer; 5) faça uma pequena pausa ou pequenas pausas no dia para prestar atenção em sua respiração ou silenciar a mente; 6) viva aqui e o agora!; 7) tenha um hábito, atividade que envolve prazer, momentos de descontração e satisfação pessoal; 8) busque ter fé, independentemente de crença ou religião; 9) doe seu tempo, mesmo que online, participando de algum voluntariado; 10) socialize! É importante manter contato com as pessoas, mesmo que seja pela internet.
São pequenos truques que, se não asseguram a felicidade eterna, ajudam a enfrentar a rotina desafiadora que se impôs há quase um ano, mudando completamente o “normal” de todos nós.
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Estamos alterados em todos os sentidos: tempo, espaço, laços familiares, trabalho, sobre o que somos, o que fomos e o que seremos. O home office parecia a solução ideal, mas implodiu a paz doméstica. A rotina de casa foi atropelada pelas demandas do trabalho.
Parece que estar 100% online significa estar 100% disponível. Se não soubermos administrar o nosso tempo, o caos mental será ainda maior. Não há planejamento que resista até o final de semana. A luz no fim do túnel, em forma de vacinação, começa a ganhar forma, mas ainda estamos longe do ideal, de imunização em massa de duas doses, aplicadas de forma organizada e que assegure uma proteção minimamente garantida. 2021 será um ano de resiliência, criatividade, cautela e inesgotável capacidade de se reinventar. Haja energia.
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