O ano de 2022 chegou ao fim. Ainda convivendo um pouco com as consequências da pandemia do coronavírus, iniciada, no Brasil, em março de 2020, outros problemas velhos se manifestaram durante o ano: alta da inflação, desemprego, endividamento das famílias, acirramento das disputas eleitorais.
E, para fechar o ano, enchentes e secas, em várias regiões do país, além de quebra-quebras e tentativas de atos terroristas em protesto ou para criar o caos no país, visando impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar da recuperação de milhões de empregos formais, outros milhões de brasileiros continuam convivendo com o desemprego, empreendimentos travados ou na informalidade. Ao mesmo tempo, a média de salários é a mais baixa dos últimos dez anos que a inflação, principalmente dos itens básicos – alimentação, gás, energia, transportes – corrói o poder de compra dos brasileiros.
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O novo ano está aí e a maioria das pessoas já está imaginando e fazendo suas listinhas de objetivos que deseja alcançar. Antes, porém, é necessário repensar no ano que passou, nas conquistas, perdas, decepções, surpresas boas e más, erros e acertos.
Quais daquelas promessas, feitas no início do ano que terminou que, talvez, não foram nem registradas, se perderam ao longo do tempo? Onde foram parar o esforço, as horas mal dormidas, rotinas desgastantes, o dinheiro que passou em nossas mãos ou na conta bancária? Por isso, muito mais importante do que resoluções de ano novo que, quando não se consegue realizar podem causar ansiedade e problemas de saúde mental, é preparar um planejamento para os próximos meses; o ideal seria para o ano inteiro.
Para o ano de 2023 ser realmente diferente não basta, na passagem de ano, comer lentilhas e uvas, pular sete ondas do mar, usar peças de roupas com cores específicas para cada desejo e fazer tantos outros rituais ou simpatias para que se tenha “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender…” Na área financeira, por exemplo, em que sempre existem preocupações e desejos de realizar alguns objetivos, é hora de fazer uma “faxina” nas contas para começar um ano novo mais organizado.
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Reinaldo Domingos, criador da DSOP Educação Financeira e pós-doutor em educação financeira, sugere quatro passos para iniciar o planejamento financeiro para 2023:
1º) fazer um diagnóstico financeiro: de 30 a 60 dias para quem tem renda fixa ou até 90 dias, com renda variável, anotar, numa simples folha de papel ou preencher uma planilha de computador ou aplicativo, todas as receitas e despesas, desde pequenos gastos até as prestações do imóvel ou do carro; como os apontamentos para efetuar o diagnóstico levam algum tempo, fazer um levantamento da situação financeira pessoal ou familiar: apurar as receitas e relacionar as despesas previstas para o mês; ao mesmo tempo, levantar as dívidas vincendas e já vencidas, levando em conta os encargos que elas carregam (juros mais altos, multas), prazos de vencimento, possibilidade de ter que entregar o bem ou até corte de serviços, como da energia elétrica; e lembrar dos gastos anuais previstos para os primeiros meses do novo ano, como IPVA, IPTU, material escolar etc. Com este levantamento, já é possível ter uma ideia da situação financeira pessoal ou familiar, como também fazer ajustes necessários, reduzindo, substituindo ou eliminando gastos;
2º) levantar os sonhos individuais e coletivos da família, transformando-os em objetivos ou metas, em que se deve apurar:
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3º) elaborar e seguir um orçamento mensal em que o valor que se comprometeram a poupar para realizar algum sonho deve estar previsto como se fosse uma despesa qualquer;
4º) poupar o valor previsto para a realização de sonhos.
Albert Einstein já dizia que “é insanidade continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Reinaldo Domingos vai nessa mesma linha, escrevendo que “não dá para esperar um ano diferente se continuar agindo igual. É preciso ir além de rituais, comidas ou roupas especiais para entrar no ano novo, adotando novas práticas de organização das finanças e, principalmente, mudança do comportamento, através de novos hábitos”.
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A propósito, há anos é repassado o texto “Cortar o tempo”, falsamente atribuído ao poeta Carlos Drummond de Andrade, mas cuja ideia é bem apropriada para este momento do ano:
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente”.
O novo ano é uma nova oportunidade que o país e as pessoas tem diante de si para se renovarem e começarem tudo outra vez. Para os brasileiros, a maior mudança, certamente, será a posse de um novo governo federal, além de governos estaduais. Muitas pessoas não se importam com a política, mas ela influi nossa vida, inclusive a financeira.
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O Brasil precisa deixar para trás os duelos do “nós” contra “eles” que, ao fim e ao cabo, terminam sendo um fim em si mesmo, com os mesmos resultados negativos em uma sociedade que cansou de esperar pelo amanhã. Qualquer que seja o plano, a prioridade e os objetivos para 2023, é hora de planejar a maneira de alcançá-los. O contexto pode interferir, mas nossa vontade é que realmente vai ser determinante para a mudança.
Feliz e próspero ano de 2023!
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