O ano de 2021 chegou ao fim. Não foi um ano tão assustador e imprevisível como o de 2020, com o início da pandemia do coronavírus e todas as consequências, em março de 2020, mas, com novos problemas velhos. Nos primeiros meses, tivemos a escalada e os picos do número de infectados e mortos pela covid-19. A partir de meados do ano, com o avanço da vacinação, parecia que a situação retornaria ao normal, quando apareceu uma nova variante – a ômicron – que fez com que várias cidades restringissem as festas de réveillon. E, para fechar o ano, enchentes e secas, em várias regiões do Brasil, e a volta da inflação, considerada por muitos especialistas mais preocupante que a covid-19.
Apesar da recuperação de quase três milhões de empregos formais, outros milhões de brasileiros continuam convivendo com o desemprego, empreendimentos travados ou na informalidade. Ao mesmo tempo, a média de salários é a mais baixa dos últimos dez anos, com o agravante da inflação, manifestada no aumento de preços, corroendo o poder de compra dos brasileiros.
O novo ano está aí e a maioria das pessoas já está imaginando e fazendo suas listinhas de objetivos que deseja alcançar. Antes, porém, é necessário fazer uma retrospectiva do ano que passou: foi positivo ou negativo? Quais daquelas promessas, feitas no início do ano que terminou que, talvez, não foram nem registradas, e se perderam ao longo do tempo? Onde foram parar o esforço, as horas mal dormidas, rotinas desgastantes, o dinheiro que passou em nossas mãos ou na conta bancária? Por isso, muito mais importante do que resoluções de ano novo que, quando não se consegue realizar podem causar ansiedade e problemas de saúde mental, é preparar um planejamento para os próximos meses; o ideal seria para o ano inteiro.
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Para o ano de 2022 ser realmente diferente não basta, na passagem de ano, comer lentilhas e uvas, pular sete ondas do mar, usar peças de roupas com cores específicas para cada desejo e fazer tantos outros rituais ou simpatias para que se tenha “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender…” Na área financeira, por exemplo, em que sempre existem preocupações e desejos de realizar alguns objetivos, é hora de fazer uma “faxina” nas contas para começar um ano novo mais organizado.
A mentora financeira Silvia Machado diz que gerenciar o dinheiro tem pouco a ver com matemática financeira ou economia e mais com o comportamento diário. Para ter um 2022 próspero ou, pelo menos, financeiramente melhor gerenciado, a mentora sugere 5 dicas:
1ª) saber exatamente com quanto dinheiro pode contar: é algo tão óbvio, mas que muita gente não observa;
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2ª) pagar-se primeiro: querer guardar o que sobrar depois de pagar as contas, na prática não funciona; por isso, o valor a ser poupado deve ser a primeira conta a ser “paga”, apartando-o tão logo o salário ou a renda entrem no bolso ou na conta bancária;
3ª) gastar menos do que ganha: a desculpa de que as receitas não são suficientes pode criar um péssimo hábito que é difícil eliminar;
4ª) criar parâmetros: uma despesa pequena mensal pode passar despercebida; mas, se ela for anualizada, ou seja, multiplicada por 12 vezes pode representar um valor expressivo;
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5ª) não tentar parecer o que não é: gastar antes da hora ou assumir contas com o dinheiro que não se tem em itens não essenciais ou urgentes, pode dificultar a poupança e afastar a pessoa da tão sonhada tranquilidade financeira.
Albert Einstein já dizia que “é insanidade continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Reinaldo Domingos, educador financeiro e criador da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, vai nessa mesma linha, escrevendo que “não dá para esperar um ano diferente se continuar agindo igual. É preciso ir além de rituais, comidas ou roupas especiais para entrar no ano novo, adotando novas práticas de organização das finanças e, principalmente, mudança do comportamento, através de novos hábitos.”
O novo ano é uma nova oportunidade que o país e as pessoas tem diante de si. O maior evento, certamente, será a eleição de outubro, quando serão escolhidos o presidente do Brasil, governadores, senadores e deputados. Muitas pessoas não se importam com a política, mas ela influi nossa vida, inclusive a financeira. O aumento generalizado de preços, além de questões econômicas, pode também ser provocado por palavras, ações ou omissões do presidente e ministros do país. Esperemos que as eleições de 2022 promovam início de um modelo de estabilidade institucional, rejeitando os radicalismos, as polarizações e o ódio. O Brasil precisa deixar para trás os duelos dos “ismos” que, ao fim e ao cabo, terminam sendo um fim em si mesmo, com os mesmos resultados negativos em uma sociedade que cansou de esperar pelo amanhã.
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Feliz e próspero ano de 2022!
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