Estamos a poucos dias ou até só algumas horas do final de mais um ano. Não tão conturbado , quanto os dois ou três anteriores, mas, mesmo assim, ainda instável e certamente exigindo mudanças e melhorias, em várias áreas, principalmente na política, na economia, na segurança, na saúde, na educação. Talvez por isso que muita gente botou o pé no freio e se conteve nos gastos com o Natal, afinal, o novo ano ainda é uma incógnita.
Milhões de brasileiros continuam convivendo com o desemprego. Embora haja uma lenta recuperação, infelizmente aqueles postos de trabalho, fechados nos últimos anos, não vão ser todos recriados. A razão é muito simples: as empresas aproveitaram o período de recessão para otimizar rotinas, automatizando e informatizando atividades, e, assim, numa eventual retomada do crescimento do país, não vão precisar o mesmo número de funcionários, existentes antes da crise.
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Já para muitas pessoas, o desejo maior para o próximo ano é sair das dívidas e conseguir realizar um ou mais sonhos. Procurar os credores para negociar acordos de pagamento pode dar uma folga para o endividado, mas é necessário buscar a causa do problema, o que a maioria não faz, principalmente nos motirões de negociação de dívidas. Claro, para quem está desempregado e, também, se encontra endividado ou inadimplente é o pior dos mundos.
O novo ano está aí e a maioria das pessoas já está fazendo suas listinhas de coisas que deseja realizar. Antes, porém, é necessário fazer uma avaliação do ano que passou: ele foi positivo ou negativo? Quais daquelas promessas, feitas no início do ano que está terminando que, talvez, não foram nem registradas e se perderam ao longo do tempo, conseguimos realizar? Onde foram parar o esforço, as horas mal dormidas, rotinas desgastantes, o dinheiro que passou em nossas mãos ou na conta bancária?
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Pois bem, para o ano de 2018 ser realmente diferente, não basta, na passagem de ano, comer lentilhas, pular sete ondas do mar e fazer tantos outros rituais ou simpatias para que se tenha “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender…” Na área financeira, por exemplo, onde sempre existem preocupações e desejos de realizar alguns objetivos, é hora de fazer uma “faxina” nas contas para começar um ano novo com os pés no chão.
Reinaldo Domingos, educador financeiro e mentor da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, diz que é preciso organizar as finanças e, principalmente, mudar o comportamento, através de mudanças nos hábitos. Para começar, Reinaldo recomenda alguns passos:
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- 1º) relacionar todos os compromissos previstos nos próximos 12 meses, como aniversários e datas comemorativas; aluguel ou prestação de financiamento, condomínio, IPTU, IPVA, etc; eventuais parcelas de compras a prazo também deverão ser registradas no respectivo mês de vencimento;
- 2º) conversar com todos os integrantes da família, o que inclui as crianças, para saber sobre o que cada um sonha para si e para o grupo; o desejo de realizar algum sonho muda a forma de lidar com o dinheiro;
- 3º) fazer um diagnóstico financeiro, anotando, durante um mês – se a renda pessoal ou familiar for fixa – ou durante três meses – se a renda for variável -, o valor de todos os desembolsos efetuados, organizando-os por grupos (despesa com a residência, instrução, pessoal, com cada filho/filha, veículos, outros), o que permite visualizar o quanto e onde está sendo gasto cada centavo da renda pessoal ou familiar; a partir desse diagnóstico é possível negociar e efetuar ajustes, eventualmente necessários;
- 4º) elaborar um orçamento financeiro mensal, substituindo a velha fórmula Ganhos (-) Despesas = Sobra/Falta pela fórmula da metodologia DSOP: Ganhos (-) Sonhos (-) Dívidas (-) Reserva estratégica (-) Despesas = Padrão de vida; neste passo, a família verifica quanto custam cada um dos sonhos, levantados no passo 2, e realiza cotações até achar uma maneira de poder realizá-los (levar em conta o valor do aporte mensal e o prazo); então, na linha dos sonhos são lançados os valores que serão apartados, mensalmente, para a realização de sonhos; da mesma forma, são lançadas as dívidas já existentes e o valor de uma reserva estratégica para enfrentar algum imprevisto; por último, são lançados os valores das despesas;
- 5º) os valores apartados para a realização de sonhos devem ser aplicados em ativos de investimento, existentes no mercado, de acordo com o prazo de realização de cada sonho: os de curto prazo (até um ano), aplicar em caderneta de poupança; os de médio prazo (de um a dez anos), em CDBs, Tesouro Direto, Fundos de Investimento; e os de longo prazo (acima de dez anos) em Tesouro Direto, previdência privada e ações.
Albert Einstein já dizia que “é insanidade continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes”. Reinaldo Domingos vai nessa mesma linha, escrevendo que “não dá para esperar um ano diferente se continuar agindo igual”. Neste diferente, Reinaldo insiste que as pessoas resgatem o hábito de sonhar com o que tem verdadeiro valor. Tendo presente, sempre, o sonho que se quer realizar – uma casa, um carro, uma viagem, a liquidação de uma ou mais dívidas, etc – fica mais fácil poupar. Isso não depende de cálculos e planilhas e, sim, de novos hábitos e comportamentos.
Feliz e próspero ano de 2018!
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