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HAPPY HOUR

Aniversário em plena pandemia

Nasci em 2 de dezembro de 1950, na localidade de Trombudo (Vale do Sol). Completei exatos 70 anos, bem vividos.

Ontem pensei na minha caminhada ao longo desse tempo. Tive uma infância feliz de guri do interior. Para poder me comunicar no colégio ou nas casas dos colonos, fui obrigado a aprender o dialeto alemão. Muitas vezes usava palavras em português misturadas com alemão. O importante que os colonos me entendiam. Meus pais falavam só o Português com os filhos, que era usado pelos professores das escolas. Os colegas alemães tinham muitas dificuldades de aprendizagem.

Meu pai, Edwino João Haeser, que hoje possui nome de rua aqui na cidade, foi transferido e assumiu o cargo de subprefeito do Primeiro Distrito, que compreendia as localidades situadas nos arredores do nosso município. Esse menino interiorano teve que se adaptar aos novos costumes da gurizada da cidade. Foi difícil, no colégio sofria bullying dos líderes da turma e se discordasse deles, apanhava. Simples assim

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Aos 17 anos fiquei órfão. Logo comecei a trabalhar e pagar meus estudos. Nada surgiu sem esforço na minha vida. Sou formado como professor e trabalhei em diversos colégios, todavia me apaixonei pelo Polivalente, onde fiquei por mais tempo. Pedi demissão do magistério e fui cuidar da Haeser Seguros, fundada em novembro de 1986.

Com a eclosão da pandemia, foi o meu primeiro aniversário que não teve festa. O famigerado vírus impediu-me de convidar amigos e familiares. As pessoas já reclamavam pelas redes sociais que a bandeira vermelha voltaria depois das eleições. Dito e feito. O Estado está todo pintado de vermelho e as restrições voltaram.

Estava vibrando com os proprietários de bares e restaurantes. Finalmente haviam respirado do sufoco. Não durou muito a alegria. Não posso mais nem me servir no bufê. Então minha mão, que está lambuzada de álcool, usando luva, mesmo assim transmite o vírus? Não entendo mais nada.

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Enquanto isso, os clubes sociais estão em extremas dificuldades financeiras. A tradicional Sogipa precisa vender parte das terras ao setor imobiliário para pagar dívidas. A crise causada pelas restrições é severa. Nem as sedes campestres e piscinas podem ser usadas pelos associados. As academias dos clubes estão limitadas. Os associados não aproveitam e pedem demissão.

E quanta empresa pequena faliu com essa crise. Os músicos não têm mais os eventos para animar as festas. Até protestos nas ruas aconteceram na semana passada. As pessoas querem a liberdade de ir e vir restabelecida, enjoadas de respeitar as restrições estabelecidas pelas autoridades de saúde. Pelo número de veículos circulando na cidade, nota-se que a Economia está se movendo positivamente.

Tenho saudades da minha infância tranquila do interior. Tive catapora, sarampo, caxumba e sobrevivi. Mascarados, só os bandidos das histórias nas revistas em quadrinhos. 

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