A Anistia Internacional pediu nesta segunda-feira, 4, investigação imediata, imparcial e independente sobre a morte de cinco pessoas em uma operação policial realizada na manhã desta segunda-feira na favela de Acari, zona norte do Rio.
Na operação, as polícias Federal e Civil buscavam cumprir mandado de prisão de um homem de 51 anos, condenado pela 2ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro a oito anos de prisão por tráfico de drogas, mas ele não foi localizado em casa. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, as mortes ocorreram durante “intenso confronto” com os agentes.
A favela de Acari tem um histórico de violência policial que foi descrito pela Anistia Internacional, em agosto de 2015, no relatório Você matou meu filho: Homicídios cometidos pela Polícia Militar na cidade do Rio de Janeiro, que documentou casos de execuções extrajudiciais praticados pela polícia na localidade.
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De acordo com o relatório da Anistia, mortes originalmente descritas como resultantes de “confrontos” durante operações policiais apresentavam fortes indícios de execuções extrajudiciais. Segundo a organização não governamental (ONG), em alguns casos, isso significava que as vítimas não estavam armadas, nem trocaram tiros com a polícia, ou que já estavam feridas ou rendidas quando foram mortas, contrariando a versão oficial declarada nos registros de ocorrência.
“É preocupante que o número de pessoas mortas em operações policiais no Rio de Janeiro venha subindo significativamente desde 2013″, afirma o diretor executivo da Anistia Internacional, Átila Roque. Ele disse que, só no ano passado, cerca de 600 pessoas foram vítimas de homicídio decorrente de intervenção policial. “A poucos meses dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro mostra que continua com uma politica de segurança pública extremamente letal, especialmente em territórios de favelas e periferias”, acrescenta Roque.
Desde o lançamento do relatório Você matou meu filho, a Anistia diz que tenta uma audiência com o governador do Rio de Janeiro para tratar de uma agenda positiva com o objetivo de enfrentar a alta letalidade durante as operações de segurança pública no estado, mas até hoje não foi recebida pelo gabinete.
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Em dezembro do ano passado, foram entregues ao governador mais de 60 mil assinaturas da petição Diga não à execução, na qual a ONG pedia a investigação dos casos trazidos no relatório e cobrava medidas específicas para a redução do número de homicídios decorrentes de intervenção policial no estado do Rio de Janeiro.
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