A música e a comunicação: essas duas paixões sintetizam e definem a vida do santa-cruzense André Felipe Dreher. Aos 62 anos, é através da habilidade e do virtuosismo com o contrabaixo, instrumento com o qual se apresenta em diversas formações artísticas na cidade e na região, e ainda na elaboração de textos, na edição e na gestão do Riovale Jornal, veículo fundado por seu pai e que hoje administra, que ele expressa seu olhar de mundo, sempre atento às problemáticas sociais e culturais.
André nasceu no dia 31 de janeiro de 1961, filho de Adalberto Felippe Dreher, já falecido, e de dona Elia, hoje com 83 anos. Ele é o segundo de quatro irmãos: Mery foi a primogênita, e depois ainda vieram o Pedro e a Viviane. Em todos, em maior ou menor grau, manifestou-se o gosto pela arte. O pai tocava violão, e o avô, Pedro, lhe ensinou os primeiros acordes; André cresceu ouvindo música em reuniões familiares, e ainda acompanhando ensaios na academia do professor Edemar Bender (seu Bendinha).
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Mal havia ingressado no primário, no Colégio Mauá, onde fez toda a sua formação nos ensinos Fundamental e Médio, e já o pai providenciara que tivesse aulas de violão clássico, justamente na academia de Bendinha. Entre os 9 e os 13 anos, teve ali duas professoras que muito o marcaram: Miriam Kothe e Neusa Hermes. Com dona Miriam, logo adiante também se aperfeiçoaria no contrabaixo.
Com tal bagagem, já aos 13 anos ingressou no conjunto formado no próprio Colégio Mauá. Aos 14, emitiu sua carteira de músico profissional, que, desse modo, possui há quase cinco décadas. E aos 15 vinculou-se a um conjunto que marcou época em toda a região, o Sussexo, no qual permaneceu entre 1976 e 1977, e que foi reconhecido como um dos cinco melhores em ação no Estado. Era liderado por Paulo Petry e Júlio Machado.
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Concluído o Ensino Médio, André transferiu-se para São Leopoldo, a fim de frequentar a Unisinos, primeiro no curso de Engenharia Civil e depois no Jornalismo. Quando voltou a Santa Cruz, no início da década de 80, foi para ajudar o pai, Adalberto, a conduzir o Riovale. Ali, empenhou-se em dar novo visual ao jornal; reconstruiu praticamente todo ele, com o auxílio do irmão Pedro, e envolveu-se desde a diagramação e arte-final até a produção de textos e a edição e acompanhamento gráfico, na impressão.
Em paralelo, na parceria de colegas e amigos músicos, e ainda a convite de Marcelo Seffrin, participava dos grandes festivais que agitavam a cena artística e cultural da região e do Estado, conquistando sucessivas premiações. Um desses festivais resultou em vinil, um de seus primeiros registros em forma de gravação (outros ocorreram em CD gravado pela cantora Cleusa Fagundes, e ainda em mais festivais). Ao lado do baterista Astor Rocha, integrou a banda Mercado, e em 1990 esteve no palco do Colégio São Luís na primeira apresentação de música instrumental na cidade.
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Por essa época já estava casado, com Elisabete Irene, união formalizada em 1984. O casal tem os filhos Daniel Boufleur Dreher, que está com 37 anos e é técnico em TI, e Andreia Boufleur Dreher, 26, hoje professora de balé e pratica taekwondo. Ambos também tocam baixo.
Na chegada ao século 21, André seguiu conciliando ensaios e apresentações artísticas com a rotina de proprietário e editor de jornal. Assumiu a gestão da empresa à medida que o pai diminuía o ritmo do trabalho e repassava a tarefa ao filho, processo que vinha ocorrendo desde 1992. Na música, há 16 anos integra a banda Al Kimistas, ao lado de Uli Assmann, Marco Rocha, Diego Maracci, Lucas Kist e, seguidamente, Gilnei Ellwanger. Mais recentemente, aparece junto à Orquestra Santa Brass Band e na banda Privilege Jazz, bem como contribuiu diretamente na efetivação dos tributos a Elton John, promovidos por Uli Assmann. No palco, mostra-se sempre habilidoso e virtuoso com o baixo, com o qual é tão competente e eficiente como em sua trajetória de jornalista e empresário.
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