Fiquei dois anos em Santiago e fui promovido para Ijuí, de onde pedi remoção para São Leopoldo.
Lá, numa eleição, anos 80, cometi o “crime” de usar os computadores da Unisinos , resultando rápida a contagem dos votos. Abri as urnas no primeiro minuto do dia seguinte ao das eleições. Estava na lei. O presidente do TRE me ligou dizendo que parasse. Não parei, proclamei os resultados, mas fui punido com a pena de CENSURA pelo “ absurdo” de ter usado a incipiente informática. Mas esse assunto é para depois, já que tenho que explicar minha ligação com Santiago e Unistalda, distrito emancipado.
Eu já estava em Porto Alegre, mas morando sozinho, separado há anos.
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Numa noite hibernal resolvi me deitar mais cedo. Tilinta o telefone, era meu colega Luiz Glênio Soares.
– Ruyzão, hoje é o aniversário de nossa colega aquela e a festa vai ser no Rose Place, na 24 de Outubro. Vamos nessa?
– Sem chance. Tô deitado.
– Ah é , sabe quem vai? Nossa amiga que tu adoras e que recém se separou.
Pulei da cama e fui. O Rose Place estava lotado e ficamos Glênio e eu no balcão tomando uma cervejinha. De repente entra a tal recém separada, acompanhada de duas amigas, mas escoltada por um cara de 2 metros de altura, bonitão.. E me conformei com a situação.
– Sentem com a gente, disse o galã.
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Ocorre que tinha uma loirinha junto, bem interessante. Sentamos e fomos conversando, estava tocando What a wonderful world e antes que o Glênio atirasse pedras na pombinha, a convidei para dançar.
Dançamos duas ou três e falei ao Glênio:
– Perdeste, vai ciscar mais longe.
Ele disse que iria ficar frio e na dele.
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Voltei a dançar com a loirinha, que me revelou ser concursada do TJ como assistente superior judiciário.
Perguntou em que comarcas eu servira. Quando chegou em Santiago, ela exclamou: “Sou de lá.”
Ela era muito jovem quando eu fora juiz lá , provinha de uma família distinta e de fazendeiros.
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Amanhecemos conversando e discorrendo sobre as famílias e outras coisas até que a convidei para irmos para minha casa, já era sábado, que tinha um quartinho bom a esperando, que eu ia tocar violino para ela adormecer. Mas não deu pedal. Dias depois lhe telefonei, começamos a conversar e depois a namorar. Até que a convidei para morarmos juntos. Como ela era solteira e eu divorciado e já com filhos, me disse que temia pela reação de seu pai.
– Ok, então vamos os dois para Santiago no fim de semana e eu vou falar com teus pais.
A recepção foi a melhor possível, eles abençoaram nossa união. Em seguida fui promovido a desembargador. Fiquei alguns anos e me aposentei. Voltei a advogar na Capital e me sobrou mais tempo para visitar a família de Maristela em Santiago.
Foi aí que começou minha vida de fazendeiro.
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