Categories: Jaqueline Weigel

Analfabetos digitais

Somos 2,5 bilhões de pessoas online segundo dados da última pesquisa da Accenture. Já há uma nova linguagem no mundo dos negócios e uma nova forma de existir no planeta. A maioria das pessoas, incluindo o Brasil, está otimista em relação ao futuro e aos impactos da era digital. Analfabeto no conceito antigo era alguém que não sabia ler e escrever. No conceito clássico, analfabeto digital é alguém que não sabe usar um computador. Hoje talvez o analfabetismo tenha ampliado o espectro e significado: é alguém que ainda não se tornou digital. Mas, afinal, o que é ser digital?

Ser hábil no uso de ferramentas digitais, de novas tecnologias, relacionar-se de forma diferente com o público interno e externo, ter foco em novas fronteiras. Segundo a McKinsey, reavaliar o jeito de fazer as coisas e de fazer negócios, de explorar novas fronteiras que gerem valor à empresa e à sociedade, ser capaz de criar experiências, de fazer marketing e usar dados e métricas. Além disso, incluo a visão holística, as características do arquétipo feminino, ligado à curadoria, e a real capacidade de fazer mais com menos através da tecnologia. 

No Brasil, só 9% das empresas, segunda a Price Waterhouse Cooper em 2016, trabalharam na Transformação Digital. Por melhor que tenha sido o movimento este ano, estamos atrasados em relação ao mundo. Sofremos com a cultura local, que tem gingado, mas não arrisca, que é ousada, mas retrocede quando o assunto é comportamento corporativo. Ainda somos lineares demais, o que significa tradicionais, apegados ao que conhecemos, quase obsoletos. Queremos mas nem tanto, apreciamos, mas não saímos na frente em relação ao mundo. Estamos no final de uma crise moral, econômica e política, e o país é imenso, mas o que precisamos abraçar imediatamente?

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No universo dos negócios digitais, a velocidade é alta. Tentativas, fracassos, sucessos, cases, teorias. Um mundo paralelo fala sobre propósito na vida e nos negócios, sobre os novos modelos, sobre inovação de sustentação e inovação disruptiva, crescimento exponencial, pilotagem, growth hacking. As ferramentas usadas são marketing digital, análise preditiva de dados, plataformas, redes, crowd-funding, crowdsourcing, lead canvas, design thinking, ágil, scrumm. E você? Continua gastando toda energia e foco em sobreviver, em abraçar o que existe, em planejamento estratégico, plano de carreira, universidades longas sem futuro, processos, melhoria contínua, certificações? Somos aquilo que pensamos, nos tornamos o que dizemos e nosso foco determina nossa obra. Você já começou sua jornada de aprendizado no mundo digital? Não gosta? Acha que não precisa? Fique atento, porque o futuro é espetacular, mas dramático para quem não se alfabetizar. O mundo descobriu uma nova forma de existir, e modelos obsoletos serão friamente descartados, simplesmente porque não funcionam e cansamos de tentar consertá-los. Vale mais a pena construir o novo, investir no que já se provou funcionar melhor. Faça o que é preciso, mas abra tempo e espaço para tornar-se digital. É somente o passo 1 das 10 grandes mudanças do mundo , segundo Gerd Leonhardt.  

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