O Hospital Ana Nery comemora a possibilidade de realizar um incremento no seu serviço de radioterapia. A instituição submeteu projeto ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), do governo federal, e na semana passada obteve aprovação do Ministério da Saúde.

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Intitulado “Aquisição de upgrade do acelerador linear para modernização e aumento da capacidade técnica da radioterapia do Hospital Ana Nery”, ele prevê uma melhora expressiva na tecnologia do equipamento radioterápico e implantação de novos tratamentos, como a radiocirurgia. Para que o projeto se viabilize, no entanto, o Ana Nery tem o desafio de captar R$ 4,6 milhões por meio de doações 100% dedutíveis do Imposto de Renda, já que o Pronon é beneficiado por lei de incentivo fiscal.

De forma muito simplificada, pode-se dizer que o upgrade do acelerador linear é a substituição do software do equipamento por um mais moderno, que oferece ganhos significativos, como diminuição das margens de tratamento e da toxicidade associada à radioterapia, por meio da redução da dose sobre órgãos sadios adjacentes à área tratada. Também viabilizará a realização de procedimentos estereotáxicos, como radiocirurgia intracraniana.

A radiocirurgia ainda não é feita no Vale do Rio Pardo. Está disponível aos pacientes do SUS em somente duas cidades do Rio Grande do Sul: Porto Alegre e Ijuí (norte do Estado). Com o upgrade, o Ana Nery poderá ofertar o tratamento de radiocirurgia às demais regiões – inclusive à Metade Sul, visto estar estrategicamente localizado no centro do Estado – e, assim, beneficiar a população gaúcha em geral.

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Para se ter uma ideia do que esses procedimentos representam, a médica radio-oncologista Juliana Matiello frisa que a radiocirugia, além da precisão técnica, realiza a radioterapia em apenas uma fração. Assim substitui tratamentos que duram dez dias ou mais, com chance de melhor controle e menos danos aos pacientes. Já a estereotaxia encurta o tempo de tratamento, entre outros benefícios.

“A estereotaxia pulmonar, por exemplo, reduz o período de tratamento dos tumores iniciais, de 30 dias para três a cinco dias, e amplifica a chance de cura em 50%. Já a estereotaxia para tumores de próstata diminui efeitos colaterais e o número de idas do paciente ao serviço, de 37 vezes para cinco vezes.”

O Hospital Ana Nery tem capacidade técnica e operacional para receber o upgrade e colocá-lo imediatamente em prática. Segundo a casa de saúde, é um avanço muito desejado, que beneficiará milhares de pacientes que recorrem ao atendimento do Centro de Oncologia Integrado (COI).
Atualmente, o Hospital Ana Nery é referência pelo SUS para 50 municípios do Rio Grande do Sul, totalizando uma população de cerca de 1,2 milhão de pessoas.

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Apelo por apoio de pessoas físicas e jurídicas da região

O Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) possibilita a pessoas físicas e jurídicas a destinação de 1% do Imposto de Renda devido a projetos aprovados, como o do Ana Nery. O valor da doação é 100% dedutível do Imposto de Renda, ou seja, é descontado do imposto a ser pago à União. A condição para isso é, se for pessoa física, utilizar o modelo de declaração completo; se pessoa jurídica, que seja tributado pelo lucro real.

O governo federal ainda não abriu a conta para depósito de doações ao projeto do hospital. Mas os interessados podem contatar a instituição para receber as orientações necessárias pelo telefone da Captação de Recursos (2106 4453). A coordenadora do setor, Simoni Gollmann, frisa que o valor doado pelo Pronon não interfere no limite global de 6% das deduções relativas ao Estatuto da Criança e aos fundos do Idoso, de Incentivo à Cultura, de Incentivo à Atividade Audiovisual e de Incentivo ao Desporto.

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 “Trata-se de doação à parte. Ou seja, se a empresa ou o cidadão já possui projetos selecionados para apoiar neste ano, a doação pelo Pronon não afeta em nada esses repasses. Vale lembrar também que o Pronon é destinado apenas a hospitais oncológicos, portanto, não concorre com hospitais gerais ou focados em outras especialidades da região.”

A captação do valor deve ocorrer até o dia 30 de dezembro. Caso o Ana Nery não atinja pelo menos 70% do montante do projeto, perde a possibilidade de concretizá-lo. Por isso, o apoio da comunidade regional, mais uma vez, é essencial. “Somos muito gratos pelo respaldo que temos sempre que precisamos. E esta é mais uma dessas ocasiões. Fica o nosso apelo, amparado pela certeza de que o upgrade trará benefícios imensuráveis aos pacientes oncológicos do Ana Nery”, afirma o superintendente da instituição, Gilberto Antonio Gobbi.

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