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Ana Mähler trilha caminhos imaginários na Casa das Artes

Um passo de cada vez, e persistir sempre. Essa parece ser mensagem inerente à obra da artista plástica santa-cruzense Ana Mähler, que a partir de hoje pode ser conferida na Casa das Artes Regina Simonis. Primeira exibição de seus trabalhos na terra natal, a exposição Caminhos Imaginários, com curadoria de Letícia Lau, permite apreciar 13 obras, em formatos diversos e de distintas fases, numa panorâmica – ou num pot-pourri, como define – de sua produção, na qual o elemento da escada é recorrente. Escada que, de forma simbólica, convida a um passeio pelo íntimo de cada um. A mostra, que teve vernissage para convidados ontem à noite, permanece no local até 9 de maio.

É mais do que oportuna a iniciativa da Associação Pró-Cultura, com produção da Babilônica Arte e Cultura, de trazer esse olhar autoral de Ana Mähler a Santa Cruz do Sul. Ainda que seu ingresso efetivo no mundo das artes tenha sido relativamente recente, desde 2010, Ana viu seu nome ser rapidamente projetado na cena cultural de Porto Alegre. E não é para menos: além de ter integrado coletivas, ao lado de artistas de renome, em 2014 destacou-se com o 1º prêmio do Salão de Arte da Câmara Municipal de Cultura – Prêmio Aquisição. E esteve, em duas ocasiões, no Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs), em uma delas doando tela ao acervo da instituição. Passos arrojados estão previstos para 2015, a começar por exposição coletiva no Rio de Janeiro.

Em todos os ambientes, as obras de Ana, elaboradas em acrílico, têm proporcionado diferenciada amarração temática com sua área de formação profissional, a arquitetura. Inclusive por conta disso, suas peças passaram a sugerir efeitos tridimensionais, com recursos de iluminação, e saíram da parede a fim de testar possibilidades espaciais. “Tenho gostado muito dessa linha meio neo-concretista, na exploração de geometrias, efeitos em 3D, luz e sombra”, comenta.

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À medida que a sua carreira de artista se fortalecia, Ana, aos 32 anos, aprendia a conciliar a necessidade de tempo para a criação com os afazeres de arquiteta. Uma providência foi reservar ambiente do escritório, em Porto Alegre, para constituir um ateliê, renomeando-o Ana Mähler Arquitetura + Arte. 

No entanto, ao invés de competir, as duas áreas parecem ser cada vez mais convergentes, e se alimentam mutuamente. Ela havia iniciado o curso de Arquitetura na Unisc, e depois transferiu-se para a Ritter dos Reis, onde concluiu a gradução e o pós em Arquitetura de Interiores. Quando ainda residia em Santa Cruz, chegou a frequentar aulas com Márcia Marostega. Já na capital gaúcha, em 2009 retomou estudos no ateliê de Vera Wildner, a partir de quando sua veia artística fluiu com muita naturalidade.

O resultado desse período de intensiva produção pode ser conferido pelo público na Casa das Artes, num apanhado de diversas séries às quais tem se dedicado, parte do qual esteve em sua individual na Galeria Arte & Fato, em 2014. Passo a passo, degrau a degrau, a arte de Ana Mähler cresce, aparece, pede passagem, escada acima.

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