Ana Cecília Romeu lança o livro Jardim Suspenso 220

Em um certo dia do ano de 2011, a publicitária porto-alegrense Ana Cecília Romeu brincava em casa com a sua filha Luise Rodrigues da Costa, então com 4 anos. A menina manuseava seus bichinhos de pelúcia, os quais vestia com diferentes fantasias, e, a partir disso, a mãe inventava enredos em torno de cada boneco, que assim se tornava um personagem.

A certa altura, intuiu que tais histórias poderiam render algo mais. Com a verve de quem já elaborava crônicas e textos em outros gêneros, foi compondo uma obra de ficção centrada naqueles mesmos personagens, mas agora em um contexto de vida adulta, e residentes em um condomínio. No ano seguinte, compartilhou um primeiro piloto de seu livro em um blog, e constatou a receptividade muito positiva dos leitores.

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Foi esse o contexto em que surgiu o seu primeiro romance, Jardim Suspenso 220, que acaba de ser lançado pela editora Camino Editorial, que ela própria e a sua irmã Isabel Rodrigues, jornalista, fundaram durante a pandemia, com sede em Viamão, onde Ana Cecília e o marido, Pedro Costa, residem. O livro teve sessão de autógrafos na 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 4 de novembro, primeira oportunidade em que compartilhou sua narrativa longa. E a filha Luise, hoje com 16 anos, segue tendo participação importante no projeto, assinando as ilustrações do volume.

No currículo, Ana, aos 54 anos, já possui livros em outros gêneros. Além de escritora e editora, é publicitária, formada pela PUCRS. Também estudou Arquitetura e Artes Plástica, na Ufrgs. Idealizou e ministra a oficina poética “Janela da Poesia”, para crianças de até 9 anos de idade e para adultos em fase de alfabetização.

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Em literatura, é autora dos livros de crônicas Elvis economiza gasolina em cinco marchas (Evangraf, 2014) e Coisas que descobri na quarentena (Camino Editorial, 2020), e do infantil Janela da poesia (Evangraf, 2015), que ganhou versão bilíngue português-espanhol pela Camino Editorial (2022). É ainda coorganizadora da antologia de contos de autoras Quebra-ventres, fruto de parceria da Camino Editorial com a Peripécia Editora (2023).

Desde 2010, Ana Cecília Romeu publica artigos e crônicas em jornais do Rio Grande do Sul e de outros estados, como Rio de Janeiro e Alagoas. Um dos veículos nos quais os leitores podem conferir periodicamente seus textos é a Gazeta do Sul, sendo que ela possui amigos residindo em Santa Cruz do Sul.

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Flagrantes da rotina em um condomínio residencial

Em Jardim Suspenso 220, Ana Cecília adota linguagem direta e leve, com humor calcado na ironia e nas relações entre os inúmeros personagens aos olhos da protagonista, uma jovem recém-casada que se muda para o novo condomínio, onde faz home-office como publicitária e editora, enquanto o marido, médico, pouco consegue ficar em casa. A escrita de Ana Cecília Romeu revela as relações entre vizinhos e visitantes dentro dos metros quadrados do espaço residencial ao ressignificar o frágil universo das aparências e da socialização, amenizando questões existenciais, o que proporciona uma reflexão astuta, crítica e divertida.

O professor e escritor Jaime Guimarães assina a orelha da obra: “Em Jardim Suspenso 220, Ana Cecília Romeu nos apresenta uma galeria de personagens excêntricos e cativantes. O leitor se deleitará com uma história divertida em torno de um condomínio bastante peculiar, onde intriga e bom humor se combinam em capítulos curtos e ritmo ágil. Tal como uma boa comédia de costumes, as relações sociais reúnem as características de um bom texto humorístico, onde a imprevisibilidade das ações e os diálogos espertos e repletos de fina ironia surpreenderão os leitores a cada página”, descreve. E Ana já antecipa que um segundo volume com as histórias do condomínio está em vias de ser finalizado.

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História

A lenda conta que no século VI a.C. o Rei Nabucodonosor construiu os Jardins Suspensos da Babilônia para a sua esposa preferida, Amitis, que sentia saudades das montanhas e campos de sua terra natal. E assim criou-se uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Dezenas de séculos depois, e estou no Residencial Jardim Suspenso, número 220 da rua tranquila que fica a dois quarteirões de uma avenida cheia de vida e de automóveis. Nosso edifício não agradaria aos caprichos ostensivos da esposa do Rei. Não é a sétima, nem a bilionésima maravilha do mundo moderno, mas alguns metros quadrados dele são nossos e os chamo de lar. Casados há dois anos, trabalho, pouco lazer, e compramos o nosso apartamento pequeno e novinho no Residencial Jardim Suspenso.

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