Duas boas notícias. A primeira diz que, depois do recesso de férias, a Associação dos Amigos do Cinema de Santa Cruz do Sul retorna nesta terça-feira, 18, com as suas costumeiras sessões das terças-feiras. E a outra, que o filme escolhido para essa retomada é La Strada (ou A Estrada da Vida, como foi traduzido para o Brasil), película dirigida por Federico Fellini, de 1954, com Anthony Quinn (espetacular!) e Giulietta Masina (com quem o diretor se casou em 1943). Se vivo fosse, Fellini teria completado cem anos em janeiro último (dia 20).
Como de praxe, a sessão começa às 20 horas, na sede do Sindicato dos Bancários (Sindibancários, na Rua Sete de Setembro, 489, pertinho da Corsan), com entrada franca. Após a sessão, é possível que aconteça um debate sobre o que foi visto. A Estrada da Vida é um dos mais famosos filmes de Fellini, um dos mais influentes cineastas de todos os tempos. Ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (foi o primeiro vencedor dessa categoria). Os críticos colocam a produção ao lado de outros grandes filmes dele: Os Boas-Vidas, de 1953; La Dolce Vita, de 1960; e Amarcord, lançado em 1973.
Nascido a 20 de janeiro de 1920, em Rimini, na Itália, o cineasta tinha um estilo muito particular de realismo fantástico, que remete a outros gênios multiformes da criação, como Pablo Picasso e Andy Warhol. Mais do que mera representação cinematográfica, Fellini apresentava sua visão de mundo, uma dimensão quase circense de set de filmagem, expressão corporal e modelo de sociedade. Seu criticismo, no entanto, não deixava de exaltar a magia do cinema.
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Atual
E mesmo que estejamos falando de um filme produzido na década de 1950, ele – e toda a obra que o diretor deixou – é de uma incrível atualidade. Fellini é acessível e misterioso, ao mesmo tempo, um claro enigma, que nos impele a interpretá-lo, mas talvez não seja boa ideia aprisioná-lo em teorias muito rígidas. Para o ator Lima Duarte, por exemplo, um entusiasta da obra do cineasta italiano, La Strada revelou as características que marcaram a sua carreira. “Uma luta da brutalidade e ignorância contra a delicadeza. Mesmo que venha, é sempre uma brutalidade. Isso o torna atual.”
Na história, a jovem Masina interpreta a artista Gelsomina, que é vendida por sua mãe para o brutamontes Zampano (Quinn), um ator mambembe que faz pequenos shows em vilarejos, em que costuma arrebentar correntes presas em seu corpo. A jovem auxilia Zampano e passa também a se apresentar como palhaça, fazendo uma espécie de Chaplin de saias.
A garota é constantemente maltratada pelo homem, que ainda a agride, também, sempre que ela tenta fugir. Quando os dois se juntam a um circo, Gelsomina fica encantada com Bobo (Richard Basehart), o que acaba provocando ciúmes em Zampano. Alguns críticos, especialistas, classificam A Estrada da Vida como um estudo da alma humana e da necessidade que temos de salvação.
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