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Amigos do Cinema apresenta dois filmes em Santa Cruz

Aproveitando o seu engajamento na 3ª Mostra Sesc de Cinema, a Associação dos Amigos do Cinema de Santa Cruz do Sul dedica a sua tradicional sessão das terças-feiras para o evento. A partir das 20 horas, desta terça, 3, na sede do Sindicato dos Bancários (Sindibancários, na Rua Sete de Setembro, 489), com entrada franca, serão exibidos dois filmes que fazem parte da mostra: o curta Quilombo Mata Cavalo, de Jurandir Amaral, de Mato Grosso, em 15 minutos; e o média Navios de Terra, de Simone Cortezão, de Minas Gerais, em 70 minutos.

Jurandir é um pequeno produtor rural, quilombola, e teve o argumento de seu documentário selecionado no projeto Revelando Brasis. Foi para o Rio de Janeiro participar de uma Oficina de Realização Visual, onde aprendeu como fazer um curta-metragem de no máximo 15 minutos de duração. E tratou de fazê-lo. Patrocinado pela Petrobras e viabilizado pelo Instituto Marlin Azul, todas as obras feitas dentro do Revelando Brasis são exibidas pelo Canal Futura, da Rede Globo de Comunicação.

É uma forma de democratizar o acesso aos meios de produção audiovisual para os moradores de cidades com menos de 20 mil habitantes. E é uma maneira de essas localidades não perderem sua história e registrar de maneira mais eficiente seus saberes ancestrais.

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Jurandir nasceu em Cuiabá e cresceu em um ambiente urbano até os 18 anos de idade, quando decidiu viver na região do Quilombo Mata Cavalo, onde dedicou-se a reencontrar suas origens familiares. O contato com seus antepassados lhe despertou a necessidade e o desejo de resgatar a herança negra. Começou a atuar no movimento quilombola, cujas bandeiras envolvem a luta pela demarcação e regularização das terras, e por melhores condições de moradia e trabalho nas áreas onde vivem as comunidades.

Como trabalhador autônomo, ele desenvolve atividades de eletricista, artesão e, principalmente, agroextrativista. E resolveu fazer o filme que você vai ver hoje. No Quilombo Mata Cavalo, quilombolas distribuídos em seis comunidades resistem para preservar seus traços culturais, manter sua integração e conquistar a regularização das terras herdadas de seus ancestrais.

MARINHEIRO SÓ
Já Navios de Terra, de Simone Cortezão, conta a história do ex-minerador Rômulo. Agora, além de ser marinheiro, pode ser chamado de desbravador. Navegando por caminhos desconhecidos na imensidão do mar, ele tem como trabalho deslocar a montanha de um país a outro, entre o Brasil e a China. Chegando ao outro lado do planeta, faz encontros e descobre como a paisagem local se conecta com aquela que sempre conheceu.

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Na imensidão do mar, ele conhece outros viajantes e, em momentos febris, encontra as memórias e o espírito da terra. Num cotidiano atravessado por outras línguas que ele não fala, mesmo sem entender, as conversas em desencontro acontecem. Assim, Rômulo enfrentará dias lentos na imensidão do oceano até o outro continente. A contextualização do navio cargueiro, com suas sombras e mecanismos hostis, confere toda uma atmosfera mística palpável.

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