O movimento estudantil, historicamente, tem relevância na sociedade. Não é de hoje que líderes nos ambientes escolares e universitários destacam-se em ações políticas na defesa, sobretudo, de mais igualdade e da manutenção e reforço do processo democrático. Alguns casos foram emblemáticos, dentro e fora do Brasil. Em 1918, por exemplo, estudantes ocuparam a universidade em Córdoba, na Argentina. Eles pediam mais autonomia universitária para definição de currículos e uso de verbas. Conquistaram gratuidade do ensino em instituições públicas, realização de concurso para professores e participação nos processos eleitorais internos.
Na China, uma das cenas mais marcantes da história mundial foi protagonizada pelo movimento estudantil. Em 1989, milhares de jovens foram à Praça da Paz Celestial, em Pequim, cobrando a adoção de políticas de abertura democrática. Um homem, em pé na rua, parou uma fileira de tanques, que se dirigiam ao logradouro para reprimir os manifestantes.
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Com a cara pintada, os brasileiros, liderados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), foram às ruas para pedir o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Foi em 1992, e o objetivo de afastamento do político foi conquistado. A entidade foi criada na primeira passagem de Getúlio Vargas na presidência, 1937; em 1964 foi posta na ilegalidade, retornando apenas em 1979. Em 2013, os integrantes foram às ruas novamente; três anos mais tarde, ocuparam escolas contra medidas do governo de Michel Temer. Mais de mil instituições foram tomadas.
Atualmente, as escolas trabalham a ideia de formação de lideranças entre os alunos. É o caso do Colégio Mauá. O vice-diretor, Martin Goldmeyer, ressalta que a instituição lança desafios em diferentes áreas, com o intuito de que líderes sejam formados. “A partir daí, oferecemos espaços e damos suporte para novos líderes surgirem”, afirma.
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E não se trata da formação de movimentos, como os citados durante a história, mas da estruturação pessoal, a partir de experiências. “Quanto mais cedo elas são oferecidas, mais essas experiências terão efeito sobre a vida pessoal dos estudantes”, ressalta. É claro que um dos jovens líderes de hoje pode virar político amanhã. Mas vai bem além disso. “A sociedade atualmente é carente de líderes nos mais diversos e amplos setores, que vão desde lideranças familiares ou de pequenos grupos até, sim, nas esferas mais amplas. A capacidade de liderança é inclusive um dos aspectos mais buscados pelas empresas na contratação de profissionais”, antecipa Goldmeyer.
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Jade Liz Kellermann Rohde é aluna do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Mauá. É a presidente do Grêmio Estudantil. A presença dela no órgão da instituição de ensino mostra o desenvolvimento de pessoas e suas capacidades. Ela era a tesoureira em outra gestão. Agora, lidera o grupo. E não é um hábito que traz de casa. Os pais não participaram da política estudantil, apesar de lhe garantirem apoio total para que pratique. “Acho muito importante já na escola se envolver com algumas responsabilidades maiores, pois isso ajudará no desenvolvimento de cada indivíduo”, ressalta.
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Dessa forma, vê a importância dos grêmios estudantis atuarem em assuntos da escola, mas também da sociedade de uma forma mais ampla para que possa melhorá-la. E os resultados, paulatinamente, acontecem. “Neste ano, fizemos as carteirinhas de estudantes, a campanha do agasalho, o correio do amor e o show de talentos, que foi realizado recentemente, tendo como ‘ingresso’ a doação de materiais escolares. Ainda estão previstos diversos projetos até o fim do ano e para o começo do ano seguinte”, relata.
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Sobre um futuro envolvimento na política partidária, nem cogita. Quer tornar mais forte a atuação do grêmio, com melhores resultados e a formação de novos líderes, haja vista que se encaminha para o 3º ano – período em que os alunos não podem assumir a presidência, porque logo deixarão o colégio para irem à universidade.
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Expediente
Edição: Marcio Souza (marcio.souza@gaz.com.br)
Textos: Marcio Souza e Marisa Lorenzoni (marisa@gazetadosul.com.br)
Diagramação: Rodrigo Sperb
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