Era frio, mas o sol brilhava forte naquele 20 de junho de 2007, um dia típico de inverno, daqueles em que o vento minuano bagunça os cabelos das crianças que brincam no pátio da escola. Nessa data, os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental José Ferrugem deram uma pausa na diversão para colocarem a Gazeta do Sul, brinquedos, fotos e cartas em uma cápsula do tempo. Na caixa, mais que objetos, foram depositadas expectativas e sonhos.
Na noite dessa sexta-feira – dez anos, cinco meses e 11 dias depois – a comunidade escolar voltou a se reunir para resgatar os pertences e relembrar a época. “É uma emoção muito grande rever o que enterramos. Muitos escreveram sonhos que já nem lembravam mais. Vamos agora ver se foram realizados ou não”, comentou a vice-diretora, Mara Dal Ri.
Foi dela que partiu a ideia em 2007, quando lecionava matemática. “Eu assisti ao filme Presságio e sugeri que assistíssemos na escola, com os alunos, para fazer uma cápsula do tempo, como aparece no filme”, contou. Pelo menos 140 estudantes e 23 professores participaram da produção do conteúdo da caixa. Atualmente, nenhum aluno daquele ano continua na escola. No entanto, poderão retirar o que depositaram na cápsula nos próximos dias.
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Nessa sexta-feira, uma nova cápsula foi guardada, com as expectativas de outras 137 crianças. Uma carta escrita pelo prefeito Telmo Kirst também foi inserida. A ideia é que ela seja aberta em 2027. Para completar a cerimônia dessa sexta, houve apresentação da Banda Marcial da AABB Comunidade e um show artístico estrelado pelos alunos da José Ferrugem.