Em tempos nos quais situações de ânimos um tanto acirrados se reproduzem todos os dias, tanto em redes sociais como fora delas, a estudante Nathália Nunes, de 12 anos, viu na escola que esse tipo de postura não precisa ser assim. “Eu aprendi que a gente precisa se colocar no lugar do outro, pensar antes de reagir”, resumiu ela. Aluna do 7º ano da Escola Municipal Santuário, foi nas aulas de Ensino Religioso da professora Daiane da Rosa Bertolo que Nathália entendeu que a palavra serenidade deve ser colocada em prática.
Tudo começou quando ela recebeu um livro sobre o programa Seja, uma das práticas oferecidas pelo projeto de prevenção à violência Pacto Santa Cruz pela Paz. Na publicação, dinâmicas socioemocionais fizeram a estudante gostar do material. E não só ela. Laura Limberger, de 12 anos, por exemplo, aplica em casa, com o pai Jaime e o irmão Gabriel, a prática de respiração que a professora realiza em sua turma na escola antes do início das aulas.
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“Como me senti bem, mais calma, depois da meditação, resolvi fazer com minha família”, revelou. O pai aprovou a ideia. “O momento da meditação é um momento íntimo, e faz bem, porque a vida flui melhor. Também ajuda na relação com os nossos amigos quando a gente vai pra rua”, relatou Jaime.
Outra dinâmica desenvolvida pela professora está em uma página do livro chamada de “Processo de Comunicação”. Nela há sugestões para o aluno poder se expressar, sem que seja interrompido, e os demais exercitam a prática do ouvir. Para desenvolver a atividade, Daiane usa o Objeto da Palavra, representado por uma almofada em formato de estrela. “Muitas vezes, todo mundo fala ao mesmo tempo. Assim a gente aprende a escutar o outro enquanto ele fala, e consegue colocar pra fora de um jeito melhor o que a gente pensa”, disse Arthur Santos, de 14 anos.
No mesmo material, o que chamou atenção da estudante Júlia Stein, de 13 anos, foi a aula sobre as forças de caráter. E o que ela classificou como importante é a prática do perdão. “Perdoar não é fácil, mas é um exercício que a gente precisa fazer sempre”, afirmou.
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Na turma dos pequenos da Escola Santuário, uma atividade bem interessante contribui para o aprendizado e ajuda a estimular a disciplina. Por meio da dinâmica da Escuta Atenta, de tanto praticar, agora, toda vez que a professora Milene Neres leva as mãos junto às orelhas, é hora de silenciar e ouvir o que ela tem a dizer.
A prática é desenvolvida com os alunos dos anos iniciais. Estudante do 1o ano, o garoto Miguel Rodrigues sabe muito bem o que significa a atividade. “Quando a gente faz assim é para ouvir a ‘profe’”, relata o menino entusiasmado.
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Para a psicóloga do Instituto Cidade Segura, responsável pela implantação do Pacto Santa Cruz pela Paz, Lisiane Milhoranza Rech, replicar nas famílias o que é desenvolvido na escola é um dos objetivos do programa Seja. “Um dos propósitos do Seja é poder tocar as famílias dos estudantes através dos desafios propostos em sala de aula. São vários ensinamentos que podem ser desenvolvidos com os familiares, como recurso para regular as emoções e se conectar com o momento presente, como é o caso da prática da respiração”, exemplificou.
O secretário de Governança e Relações Institucionais, e coordenador do Pacto Santa Cruz pela Paz, Everton Oltramari, ressalta a importância de replicar nas famílias e no convívio social o que é praticado na escola.
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