Infelizmente estou entre as pessoas de alto risco para o coronavírus. Tenho 70 anos, sou diabético e hipertenso. Se a peste me pegar estou frito em pouca banha, como se diz popularmente.
Mas apesar desses avisos das autoridades de saúde, não tenho medo de ser infectado. Esse vírus nunca me assombrou. Prova disso é que meus familiares continuam vindo aqui em casa e nos domingos nos reunimos e degustamos nosso tradicional churrasco. Os meus netos adoram visitar os avós.
Li num jornal de grande circulação da Capital que o filho de um casal que passeava de automóvel, no trajeto se deparou com o Papai Noel. A criança fez um pedido ao Bom Velhinho: que no Natal queria ganhar só um presente – os avós, pois estava com saudades deles.
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Vou falar um pouco àqueles que tem o diabetes tipo 2, meu caso, que se controla tomando remédios. Não uso as injeções de insulina.
Ao longo do tempo que tenho a doença, aprendi a obrigatoriedade das minhas caminhadas matinais, que faço de segunda a sexta. Esse hábito já tenho há anos. Lembro-me que levava meus filhos mais velhos para o Educar-se, que se localizava defronte ao Poliesportivo, e aproveitava para fazer dez voltas na pista do Municipal. Continuo fazendo, só que hoje é em cancha reta, no Distrito Industrial.
Em primeiríssimo plano, com a doença aprendi a fechar a boca para minha alimentação diária. Tenho uma rotina prédeterminada.
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No café da manhã tomo um shake misturado em 250ml de leite desnatado, como uma banana, uma fatia de mamão e a batata yacon. Não como mais pão de qualquer espécie, massas, batatinhas, resumindo, nenhum carboidrato. Ao meio-dia, feijão à vontade, arroz integral, molho de carne e saladas e depois da sesta, de sobremesa um pedaço de melancia bem geladinho. Também gosto de castanha de caju. Na janta como três ovos cozidos. Tornou-se uma rotina.
Agora vem meu happy hour, que ninguém é de ferro. Tomo algumas garrafas de cerveja. Tudo isso monitorado pela minha competente médica, Dra. Anelise, pessoa muito querida com seus pacientes. Aliás, comigo esse predicado é preciso. Outro dia, numa de minhas consultas, perguntou-me sobre minha dieta, já que o diabetes estava sob controle.
Falei de todas minhas refeições diárias e das cervejas à noite. Brincando, disse que fazia parte do meu tratamento e que não abriria mão desse meu hábito. Perguntou-me quantas cervejas tomava. Respondi que seriam três por noite, mas, quando o Grêmio jogava, nervoso, essa dose aumentava para quatro – principalmente nos jogos da Libertadores contra o Santos. Argumentou que poderia diminui-las para duas garrafas. Respondi que já havia refletido sobre isso e concordaria em diminuí-las para duas. Respondi brincando: dois “litrões” está bom, doutora?
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