O principal combustível de cura de tabaco no Brasil sempre foi a lenha. Na safra 2019/20, um experimento da UTC Brasil Indústria e Comércio de Tabaco promete tornar o processo mais sustentável. O projeto está em fase de teste em uma propriedade em Linha Áustria, no interior de Santa Cruz do Sul, e utiliza pellets no processo de combustão. “Trata-se de um subproduto da madeira e que vem ao encontro da nossa política de sustentabilida-de, que procura sempre alternativas mais viáveis e que respeitem o meio ambiente”, explica o gerente de produção, Elton Jacobs.
A combustão da biomassa para curar as folhas de tabaco é feita em um queimador automatizado, que promete maior uniformidade, mais tranquilidade e eficiência no processo e menos mão de obra nas propriedades. “São grandes vantagens para o produtor, pois é um equipamento de fácil manuseio que garante mais comodidade e segurança, além de ser ambientalmente correto.” O dirigente reforça que o objetivo da tecnologia é reduzir o volume de lenha utilizado por quilo de tabaco curado. “É uma grande inovação e uma excelente alternativa para o setor.”
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Na propriedade do fumicultor Rogério Bock, que conduz o experimento, está sendo monitorado o consumo de biomassa utilizado – são aproximadamente 1,4 quilos de pellet por quilo de tabaco curado. Atualmente, o quilo do pellet custa R$ 0,60. Conforme Jacobs, o equipamento pode ser adaptado em praticamente todas as unidades de cura utilizadas atualmente pelos fumicultores. Outra vantagem é a segurança, uma vez que o sistema diminui as chances de incêndios em estufas por ter um volume de chama mais baixo, mas igualmente eficaz.
“Um marco para a cadeia produtiva”
De acordo com o gerente de produção da UTC Brasil Indústria e Comércio de Tabaco, Elton Jacobs, a intenção é ampliar os testes na próxima safra. “Hoje estamos certos da eficiência desse projeto e vamos passar para uma segunda fase, em que pretendemos difundir as unidades demonstrativas para outras regiões produtoras de tabaco”, explica. Com investimento estimado em aproximadamente R$ 15 mil, o dirigente ressalta que haverá linhas de crédito para compra, com rápido retorno do investimento. “Vejo esta novidade como um marco para a cadeia produtiva, pois possibilita que o produtor tenha uma rotina mais leve, sem comprometer a sua eficiência e rentabilidade.”
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O produtor Rogério Bock, de 45 anos, recebeu o experimento em sua propriedade em Linha Áustria, em Santa Cruz do Sul. Na safra 2019/20, o fumicultor implantou 45 mil pés de tabaco, que serão totalmente curados no novo sistema. “Estamos na metade da colheita e com aprovação 100% da tecnologia. A máquina garante mais tempo de descanso ou para trabalhar em outras culturas. É mais praticidade e qualidade de vida”, comenta. Com o queimador, o orientador agrícola Rodrigo Daniel Schroeder destaca que é possível ficar até 12 horas sem repor biomassa – a estufa convencional precisa ser reabastecida com lenha a cada duas horas.
O processo
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A utilização de energias renováveis é considerada uma das soluções para a preservação do meio ambiente. Através do queimador de biomassa pellet, a proposta é apresentar uma solução de energia renovável e com investimento reduzido para os produtores. Os pellets são fabricados com resíduos de madeira, o que os torna um combustível renovável e ecologicamente correto. Conforme Junior Haas, da Haas Paletes, parceira do projeto, o pellet é seco e compactado e gera muita energia por metro cúbico. “Reduzimos o volume e concentramos energia”, explica.
A Metaltran é a outra aliada da UTC Brasil no experimento e fabrica a tecnologia para queimar a biomassa. Na comparação com a cura convencional, a empresa destaca que o maquinário garante a redução de mais de 90% das partículas de cinza, temperatura constante e pronta, controle totalmente automático, armazenagem segura, manutenção mínima, fácil limpeza e rápido retorno de investimento. Além disso, a novidade é considerada ecologicamente correta.
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