Quem paga aluguel deve ficar muito atento ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é o indicador responsável pelo reajuste anual dos aluguéis, bem como preços da energia elétrica, medicamentos, construção civil, entre outros. Apesar da desaceleração em outubro, com crescimento de 2,52%, ante os 4,57% registrados em setembro, a alta acumulada desde janeiro já chega a 18,10% e, nos últimos 12 meses, a 20,56%.
Em entrevista à Rádio Gazeta, o professor e economista Silvio Arend, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), destacou que o aumento é expressivo e preocupa, especialmente quando se considera que em 2019 a elevação era de menos de 1% ao mês e o acumulado no ano ficou em 7,30%. “Quem tem aluguel vencendo agora está realmente muito preocupado com isso, porque é um aumento muito grande e não tem como ser absorvido”, salienta. Além dos aluguéis, o índice é responsável por corrigir anualmente o preço dos medicamentos e dos contratos de serviços públicos concedidos, como os pedágios.
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O IGP-M é calculado sobre três outros indicadores: o Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M), que corresponde à inflação no varejo; o Índice de Preços ao Produtor Amplo Mercado (IPA-M), que representa os preços no atacado; e o Índice Nacional de Custo da Construção Mercado (INCC-M), responsável pelos preços da construção civil. Arend explicou que o IPC-M é o preço que o consumidor verifica no comércio e que este acaba sendo menos sentido; contudo, o IGP-M é a inflação para as empresas e, com a alta, em algum momento elas terão de repassar esses custos.
Se em um período de normalidade esse crescimento expressivo já seria preocupante, neste ano ele é tratado como crítico pelo professor Silvio Arend. “Há uma redução na renda, e isso nós estamos sentindo nos salários e perda de empregos. Então, a situação para quem está pagando aluguel deve se agravar e muito.” Ele orienta que, caso o percentual seja repassado na totalidade, o locatário deve tentar negociar com o proprietário do imóvel condições melhores. “Muitas vezes, os proprietários preferem abrir mão do aumento para manter a garantia daquela renda, pois sabe-se lá quando o imóvel virá a ser alugado novamente”, observa.
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