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Alta da gasolina nas refinarias já tem reflexo em Santa Cruz

Foto: Lula Helfer

O preço da gasolina voltou a subir em Santa Cruz do Sul. Na última terça-feira, 11, de acordo com a pesquisa do Programa de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon) municipal, o valor médio era R$ 4,36, enquanto o mais baixo estava em R$ 3,99 (gasolina comum). Na aditivada, a média havia ficado em R$ 4,46. Porém, o panorama mudou a partir de quarta-feira, 12. Em pesquisa realizada na tarde dessa quinta-feira, 13, pela Gazeta do Sul, entre 13h45 e 14h45, o litro mais em conta da comum estava em R$ 4,36 (confira a tabela ao lado com os preços de 24 postos).

Duas semanas após reduzir em 4% o preço da gasolina, a Petrobras voltou a aumentar o combustível nas refinarias na mesma proporção ontem. O petróleo retomou a tendência de alta no mercado internacional. Na quarta-feira, o barril do tipo Brent havia subido 1,75% e estava cotado em US$ 45,28. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o litro da gasolina custa R$ 4,22, em média, no Rio Grande do Sul. Foram pesquisados 360 postos de combustível no Estado. O litro varia de R$ 3,879 a R$ 5,099. No acumulado do ano, a gasolina baixou em torno de 10%.

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Alguns estabelecimentos já estão com a nova gasolina na bomba. Outros aguardam o fim dos estoques para receber o produto modificado, equivalente a um terço dos incluídos na pesquisa. Na nova especificação, divulgada pela ANP por meio da resolução 807/20, o combustível precisará ter uma massa específica mínima de 715 kg/m3 – índice que não era regulamentado até então – e número de octanas mínimo de 92 (atualmente é de 87) pela metodologia RON, que avalia a resistência do combustível à detonação. Segundo a Petrobras, essa nova gasolina pode gerar uma economia de 4% a 6% no consumo dos motores já existentes, o que compensa os R$ 0,06 a mais no custo de produção – um aumento de 1,5% em comparação com a antiga gasolina.

Rogério Gonçalves, especialista em novos produtos da Petrobras e diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), explica que a nova gasolina vai dificultar a adulteração criminosa nos postos, com o objetivo de aumentar os lucros do revendedor, especialmente por causa do novo parâmetro em relação à massa específica mínima. Quanto maior for a massa, maior será também a densidade energética da gasolina, explica o especialista. “A maioria das adulterações que aconteciam no Brasil com a gasolina antiga era por meio da adição de solventes e outras naftas leves, além de gasolina de baixa qualidade. Com esse parâmetro de densidade mínima, antes inexistente, a ANP vai poder fiscalizar e controlar com maior eficácia a qualidade do combustível.”

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TABELA DE PREÇOS

Shopping Car (Ramiro) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,39
Ipiranga (Independência) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,49
Petrobras (2001) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,49
Sim (Independência) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,69
Nevoeiro (RSC–287) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,64
H24 (Grasel) – Comum: R$ 4,37 | Aditivada: R$ 4,37
Ipiranga (Gaspar) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,49
Petrobras (Galo) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,49
Buffon (Murtinho) – Comum: R$ 4,36 | Aditivada: R$ 4,49
Charrua (Flamengo) – Comum: R$ 4,36 | Aditivada: R$ 4,49
Lisboa (Barão) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,59
Nevoeiro (Barão) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,64
Charrua (Carlão) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,49
Laço Velho – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,44
AGR Rodoil – Comum: R$ 4,36 | Aditivada: R$ 4,36
Ipiranga (Batalhão) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,49
Sim (Ernesto) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,64
Shell (Posto 1) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,69
Ipiranga (Carlos Trein) – R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,59
Ipiranga (Senador) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,49
Nevoeiro (Brito) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,64
Zimmer (Floriano) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,64
Petrobras (Tapuia) – Comum: R$ 4,49 | Aditivada: R$ 4,64
Ipiranga (Monumento) – Comum: R$ 4,39 | Aditivada: R$ 4,49

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Biodiesel

O Sindicato intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), juntamente com outros setores da cadeia de combustíveis, pediu à ANP a redução, de forma temporária, do percentual obrigatório de biodiesel adicionado no óleo diesel, atualmente fixado em 12%. “Estamos preocupados com os impactos nos valores finais do diesel, já que a oferta nos leilões do biocombustível foi muito baixa na semana passada, provocando alta nos preços”, comentou o presidente do Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua.

O dirigente explica que a alta valorização da soja também está refletindo no custo do biodiesel. “Uma amostra do valor do biocombustível em relação ao diesel, de março a agosto, demonstra, em média, o dobro do custo do diesel A na refinaria. Além disso, tememos uma possível falta de produtos para a mistura.” Em junho, a agência já havia baixado o percentual da mistura para 10%. “A ANP terá de se posicionar, pois mais uma vez o consumidor acaba julgando que o posto é o responsável pela alta nos preços, o que não reflete a realidade”, avisou.

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COMPOSIÇÃO DO PREÇO
31% – Realização/Petrobras
29% – ICMS
15% – PIS/Pasep, Cofins e Cide
14% – Custo etanol anidro
11% – Distribuição e revenda

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