Um alerta da Defesa Civil foi enviado nesta semana à população do Rio Grande do Sul incentivando que as crianças sejam vacinadas contra a poliomielite. “Defesa Civil: RS alerta contra pólio: vacine crianças menores de 5 anos até 30 de setembro e combata o risco de retorno da paralisia infantil. Cuide das nossas crianças!”, diz o texto, enviado por SMS aos 800 mil usuários cadastrados no serviço 40199.
Os alertas enviados geralmente tratam de eventos climáticos com risco para a população, mas, desde a pandemia de Covid-19, a Defesa Civil apoia a Secretaria da Saúde (SES) em campanhas de saúde pública. É o caso da ação contra a poliomielite. O Estado pretende atingir a meta da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite 2022 de imunizar 95% das crianças de 1 ano a 5 anos incompletos.
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“O alerta que emitimos foi uma solicitação da Secretaria da Saúde. É importante a vacinação e participamos desta campanha para que as crianças se vacinem de maneira abrangente”, disse o chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, coronel Júlio César Rocha Lopes.
Até a quarta-feira, 14, foram aplicadas 281.611 doses da vacina contra a pólio no Estado, alcançando 50,85% das crianças. Os dados da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Poliomielite 2022 podem ser acompanhados neste link.
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Queda nas coberturas
Índices de vacinação abaixo das metas preconizadas pelo Ministério da Saúde aumentam os riscos para doenças imunopreveníveis, como coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, meningite meningocócica e pneumocócica, gastroenterite por rotavírus e hepatites A e B, entre outras.
Considerando o calendário básico de vacinação infantil, nos últimos cinco anos, as metas não foram atingidas. Os dados de 2021, considerados ainda parciais, indicam que o Rio Grande do Sul ficará abaixo dos índices projetados.
Nos últimos anos, no Rio Grande do Sul, a vacinação contra a poliomielite não alcançou a meta de 95% de cobertura. A análise da série histórica das coberturas vacinais de 2017 a 2020 tem variado entre 75% e 86%.
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A doença
Poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (por meio do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas), podendo atacar o sistema nervoso e provocar paralisia flácida aguda, principalmente em membros inferiores.
Esquema do calendário básico infantil
- Vacina poliomielite 1,2,3 inativada (VIP)
- Dose: 0,5 mL via intramuscular
- Esquema: três doses (aos 2, 4 e 6 meses)
- Vacina Poliomielite 1, 3 atenuada (VOP – gotinha)
- Dose: duas gotas, por via oral
- Esquema: reforço aplicado aos 15 meses de idade e aos 4 anos
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Situação crítica de risco
Uma análise da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) identificou que o Brasil, em 2021, foi um dos países do continente americano com alto risco de reintrodução do vírus da poliomielite, ao lado de outros cinco (Argentina, Bolívia, Equador, Panamá e Paraguai). Quatro apresentam situação de risco muito alto: Haiti, Peru, República Dominicana e Venezuela.
No Rio Grande do Sul, a análise demonstrou um cenário preocupante, em que 42% dos municípios gaúchos encontram-se em risco muito alto e 32% em risco alto. Ou seja, em 367 municípios do Estado (74%) há um grande risco de retornarem os casos de pólio.
Para a análise de risco, considera-se cobertura vacinal, vigilância epidemiológica e alguns determinantes de saúde como acesso a água potável e rede de esgoto. Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e níveis adequados de proteção imunológica da população.
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