A profanação do Natal tem substituído cada vez mais o real motivo da data – o nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus – pelo Papai Noel dos presentes e do consumo. Mas vários momentos vivenciados pessoalmente neste mês de dezembro ainda fazem crer que o verdadeiro Natal tem vez e futuro. Que ainda há lugar para que a mensagem do menino Jesus renasça em nosso meio.

Uma das formas de realizar este sonho, sem dúvida, são a música e o canto, que podem se tornar uma forma elevada de orar. Pois, como coralista, foi possível viver esse momento especial em apresentação que o Coral da Afubra fez no interior de Passa Sete, na acolhedora localidade de Murta (que acolheu inclusive o famoso cantor e compositor Belchior), onde a Comunidade do Divino Espírito Santo, além de incluir o Papai Noel, expressou com todo fervor o espírito natalino, esmerando-se em muito bem receber as pessoas, em abrir as comemorações natalinas oficiais do Município com o canto, num ambiente onde não faltavam o pinheirinho e o presépio de Natal.

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A mensagem de Natal também foi transmitida pelos grupos de corais da entidade (o misto e o masculino) em meio às compras nas suas lojas do Arroio Grande e do Centro, com os aplausos do público que se mantém interessado em ouvir o que suas vozes têm a transmitir em forma de canto. Do mesmo modo, as exibições da Orquestra Santa Cruz Filarmonia e Grupo de Canto Infanto-Juvenil da Paróquia Evangélica de Monte Alverne, na Casa de Artes Regina Simonis; da Orquestra e Coral da Unisc na Igreja Evangélica do Centro; e da Santa Brass Band em pontos como a Praça da Catedral e a Avenida Alberto Pasqualini, no Bairro Santo Inácio, fizeram ecoar os sons mais acalentadores para a alma dos assistentes.

Já na Noite de Natal, a igreja lotada da Comunidade Santo Inácio, que dá nome ao bairro, assistiu à bela encenação do nascimento do menino Jesus, por seus grupos de canto, ao lado de um imenso e lindo presépio montado no local. E a festa familiar abriu espaço para lembrar às crianças – e também aos adultos – que, além do Papai Noel e dos presentes que ele trazia, estava sendo festejado o aniversário de Cristo, o grande presente de amor divino que recebemos há 2022 anos.

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Ainda em palestra neste mês, sobre o que os imigrantes trouxeram além da mala, dentro da comemoração dos 173 anos de imigração alemã em Santa Cruz, na localidade onde começou a colonização, a Alte Pikade (Picada Velha, atual Bairro Linha Santa Cruz), a professora Lissi Bender lembrava, entre as suas tradições trazidas, o canto coral, o presépio e o pinheirinho de Natal. E ao desejar o Feliz Natal à minha irmã Melita, foi bom saber que, na minha casa natal, na Linha Santa Eugênia, ela preserva a tradição de sempre recriar este ambiente natalino para seus netos e todos que a visitarem neste período especial.

Em outras épocas, quando ali ainda vivia a vó Elisabeth, que veio da Alemanha e gostava muito de música, um piano era levado para lá pelo sobrinho e depois padre Osmar para entoar hinos natalinos, como conto no livro Carl & Ciss – Crônicas da Colônia Alemã (o livro pode ser encontrado na Casa de Clientes Gazeta, na Livraria Iluminura e na Papelaria Monte Alverne, por quem ainda quiser dar um presente diferente a alguém especial e oferecer uma leitura de lembranças do nosso passado).

O importante, na passagem de mais um Natal e de nova virada de ano, é que possamos abrir realmente espaço em nosso coração para acolher o que o Deus humano veio pregar à humanidade: o amor ao próximo, o perdão, a humildade e a simplicidade (de nascer inclusive num estábulo), a paz e um firme “não” à agressividade sempre tão presente entre os humanos. Assim, poderemos ter Natal todo dia, ainda neste e no Novo Ano que logo se inicia.

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