Neste domingo, 12, é celebrado o dia daquelas que são sinônimo de proteção e amor. As mães, entre tantas pluralidades, são fontes inesgotáveis de cuidado e estão sempre em busca do melhor para seus filhos e filhas. Durante o momento difícil que os gaúchos enfrentam, muitas delas servem de exemplo de solidariedade e superação em diversos âmbitos.
Em meio às suas atividades cotidianas, inúmeras mães ainda conseguiram tirar tempo para ajudar as famílias que foram atingidas pelas enchentes em Santa Cruz do Sul e municípios vizinhos. Já outras buscam refazer suas rotinas após verem suas casas inundadas e seus bens danificados. Ou, ainda, precisaram deixar seus lares devido aos riscos que os locais onde moram apresentaram.
No clima de Dia das Mães e para ressaltar a determinação de exemplos de mulheres durante o período trágico que acomete o Estado, a reportagem da Gazeta do Sul visitou o Parque da Oktoberfest e conversou com algumas delas para conhecer suas histórias. Sejam voluntárias ou acolhidas, cada qual possui um papel relevante dentro do cenário atual.
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No abrigo, a notícia da gravidez
A família de Vanusa de Brito, 34 anos, precisou sair às pressas de casa no Bairro Margarida no dia 2 de maio e buscar abrigo no Parque da Oktoberfest. A região onde moram, conhecida como Xurupita, ainda possui risco de deslizamento devido ao acumulado de chuva. Além disso, o imóvel foi invadido pelas águas que chegaram até a altura do joelho, conta Vanusa. “Recebemos o aviso para sair e viemos para o alojamento. Além do meu esposo e de um dos meus filhos, também trouxe meus cachorros.”
Em meio ao cenário caótico, Vanusa, que já é mãe de Kauã de Brito Machado, 20 anos, e Gustavo de Brito Machado, 18, recebeu a notícia de que está grávida novamente. Ela havia relatado a suspeita a uma funcionária da unidade de saúde do Margarida, que avisou as voluntárias do ambulatório montado no pavilhão 2 da Oktoberfest. “Quando souberam, me pediram para fazer um teste. Fiz aqui mesmo no banheiro do alojamento e deu positivo”, relembra.
Apesar da situação difícil e desafiadora pela qual a família está passando, ela diz que a notícia da vinda de um novo filho foi uma alegria em meio ao caos. “Na quarta-feira, fiz minha primeira ecografia e descobri que estou com seis semanas de gravidez. Foi uma notícia muito boa”, contou.
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No entanto, Vanusa deve passar o Dia das Mães no alojamento somente com o esposo, já que Kauã mora com o avô em Linha Santa Cruz e Gustavo, que acompanhou a família até o abrigo, saiu do local para ficar com a irmã de Vanusa. Após sair do abrigo, Vanusa deseja encontrar uma nova casa, em um lugar seguro, para poder viver com sua família.
Enquanto retribui a ajuda que recebeu, Janice faz planos
Moradora do Bairro Belvedere, Janice Siqueira Trindade, 37 anos, saiu de casa no sábado passado junto de seus filhos Emanuele Siqueira Pires, 4 anos, e Gabriel Siqueira Pires, 8. Ao ver sua residência sem luz e água e com um dos quartos alagado, ela decidiu pedir ajuda à Prefeitura e se abrigou na Oktoberfest. Segundo Janice, um dos principais motivos era o bem-estar das crianças. “Agora eles estão bem e brincando. Estamos sendo bem acolhidos”, comenta.
Por não estar em uma ocupação no momento, ela decidiu se voluntariar no período em que ficará abrigada. Agora, ela ajuda nos serviços dos alojamentos. “Já que minha família está tendo auxílio, decidi ajudar no que eu posso”, diz. Em situações difíceis, Janice exalta que as mães são as pessoas mais fortes. Para ela, uma mãe faz de tudo para salvar um filho e mantê-lo bem. “Sei que muitas devem estar sofrendo, mas vamos superar esse momento.”
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Em clima de Dia das Mães, ela diz que seu maior objetivo é ensinar aos filhos o certo e o errado dentro da sociedade. Janice quer que Emanuele e Gabriel estudem para serem bons profissionais, mas que também sejam bons seres humanos. “Se tiverem dinheiro, que ajudem o próximo. Quero isso para meus filhos”, salienta.
GESTOS DE CARINHO
Um domingo diferente
Tocada pelas dificuldades que as famílias enfrentam, Cintia Marques, 57 anos, decidiu se voluntariar na última terça-feira. Ao ver que faz a diferença no trabalho do centro de doações, a autônoma afirma que ajudará até quando for necessário. “Eu acho que todos podem auxiliar de alguma forma. Somos uma peça em meio a um quebra-cabeças enorme, mas cada iniciativa importa”, declara.
Mesmo em um momento difícil, ela diz que gosta de preencher o espaço com entusiasmo e se sente realizada por apoiar o trabalho de maneira descontraída. Cintia possui uma filha, Sofia Marques, de 14 anos. Emocionada pela situação das famílias prejudicadas pela enchente, ela afirma que o Dia das Mães será diferente este ano. Portanto, ficará em casa na data, especialmente para reforçar os cuidados de sua mãe, Maria Irene Machado Marques, de 85 anos.
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Emoção em fazer a diferença
Desde o primeiro dia das enchentes, Dirce Radke, 60 anos, caminha pelo Pavilhão Central da Oktoberfest para ajudar as pessoas necessitadas. A artesã já atuou em diversas frentes no local e procura estar onde é necessário. Para ela, é gratificante desempenhar o papel de voluntária. “A situação das famílias é triste, mas vejo que tem muitas pessoas engajadas para ajudar”, afirma.
Com lágrimas de emoção, ela cita tudo pelo que se deve agradecer diante das calamidades, como seu lar e sua família. “Depois de ver uma tragédia tão grande, entendi que nós temos demais. É o momento de reconhecer cada pequena coisa.” Buscando atenuar a saudade das filhas, Giovana Radke, 26 anos, e Laura Ribas, 37, que moram fora de Santa Cruz, Dirce vai atuar como voluntária no Dia das Mães. “Vou fazer o meu melhor e seguir ajudando quem precisa.”
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