Uma das mais tradicionais e antigas festas religiosas da região acontece neste fim de semana, na comunidade de Aldeia São Nicolau, no Bairro Boa Vista, a sete quilômetros do Centro de Rio Pardo. A confraternização em homenagem a São Nicolau reúne grande número de devotos de diversos municípios do Estado todos os anos.
Em 2023, a programação prevê para a tarde deste sábado, 9, o bailinho da cuca e linguiça da terceira idade. As atividades neste domingo, 10, começam com batizados às 8 horas. Após, às 9h30, haverá a santa missa campal, seguida de procissão. Ao meio-dia tem almoço com churrasco e diversos tipos de saladas, e durante a tarde haverá reunião-dançante.
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O padre Darci Grasel afirma que a expectativa é receber excursões com fiéis e familiares de moradores da localidade procedentes de diversos municípios. Outra tradição é a montagem de grande número de tendas com a venda de artesanato e outros produtos. Marco histórico para a comunidade negra em Rio Pardo, a origem da Aldeia São Nicolau remonta a 1901, quando um grupo de 24 famílias se uniu para comprar uma área de terras de 27 hectares atrás da igreja e do cemitério. Cada um contribuiu com o que podia, e mais tarde os lotes da colônia foram distribuídos de forma proporcional à participação das pessoas. A propriedade ainda pertence a descendentes.
A história da capela de São Nicolau faz parte da formação e crescimento de Rio Pardo. O local inicialmente foi um aldeamento de índios que o governador da Capitania, Marcelino de Figueiredo, reuniu em ranchos nos arredores da localidade. Não existem dados exatos sobre o ano da instalação, mas documentos mostram que isso ocorreu entre 1763 e 1771. O templo, que hoje recebe o título de santuário, foi construído pelos índios trazidos das Missões por Gomes Freire de Andrade a partir de 1755 e que foram aldeados na região.
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Na Capela, apesar de reformada e modernizada, conservam-se ainda imagens esculturadas pelos próprios índios em curiosas plásticas. A estrutura do templo de forma rústica foi sendo aumentada e remodelada ao longo do tempo, até se transformar na capela atual. O primeiro sino também está no alto da torre, com a inscrição “Sta. Barbara ora pro nobis” (Santa Bárbara, orai por nós), um registro de 1754. Devido a uma rachadura, a badalada não é mais ouvida pela comunidade e outro sino orienta os moradores das proximidades.
As homenagens ao padroeiro existem há mais de um século, e a igreja guarda esculturas missioneiras esculpidas em madeira pelos indígenas da antiga redução que existia na Aldeia de São Nicolau. No centro do altar está a imagem do santo, também em madeira. O templo ainda possui réplicas esculpidas do Espírito Santo, do Senhor das Oliveiras e o Crucifixo. No espaço especial para as devoções no interior do templo, inaugurado em 2006, há a imagem de 90 centímetros de altura de São Nicolau e outra menor de 30 centímetros.
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São Nicolau, também conhecido como bispo de Mira, teria nascido na segunda metade do século 3 em Petara, na Ásia Menor (Turquia), e falecido em 6 de dezembro de 342. A ele foram atribuídos vários milagres, ficando popular em toda a Europa. Foi designado como protetor dos marinheiros e comerciantes, santo casamenteiro e, principalmente, amigo das crianças. Sua imagem chegou a ser relacionada e transformada em um ícone do Natal, Pai Natal ou Papai Noel no Brasil. É tido como acolhedor com os pobres e sobretudo com as crianças carentes, sendo o primeiro santo a se preocupar com a educação e a moral tanto dos pequenos quanto de suas mães.
Era defensor da Igreja Católica e da fé cristã. Chegou a ser preso e torturado, mas conseguiu fazer com que o cristianismo fosse reconhecido pelo Estado. Em princípio, São Nicolau era padroeiro dos bombeiros e marinheiros, mas se popularizou e atingiu outros grupos. O dia do santo é comemorado em 6 de dezembro.
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