A expectativa do empresariado gaúcho era de que a visita do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, fosse motivada pelo anúncio de um plano de recuperação para as empresas atingidas direta ou indiretamente pelo desastre natural neste mês. Não foi o que ocorreu. Ele antecipou, porém, que uma medida provisória será apresentada nesta terça-feira, 28, pelo governo federal para dar suporte aos negócios.
A estimativa é de que sejam destinados R$ 15 bilhões em créditos oferecidos por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em entrevista coletiva após o encontro com líderes empresariais em Caxias do Sul durante essa segunda-feira, 17, Alckmin disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para definir o conteúdo da iniciativa, que terá como foco as grandes empresas, sobretudo indústrias.
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“Tenho certeza de que vai surpreender positivamente a todos”, reforçou. Essa ação vai ser somada a outras que já estão em prática desde ontem, como a liberação de auxílio sem a cobrança de juros, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e Programa Nacional de apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Como acréscimo, Geraldo Alckmin reforçou a sanção da lei da depreciação acelerada, que será feita nesta terça-feira. Será facilitada a renovação de máquinas e equipamentos das empresas, com investimento de R$ 3,4 bilhões.
Pedidos do Estado
O governador Eduardo Leite encontrou-se com o vice-presidente Geraldo Alckmin e aproveitou para reforçar as principais demandas do Estado junto ao governo federal para agilizar a reconstrução dos municípios. Segundo Leite, algumas medidas já evoluíram. Uma das mais representativas é a suspensão do pagamento da dívida com a União. Mas ele considera que ainda possam ocorrer novos avanços.
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“Com absoluta prioridade e urgência, precisamos da criação de um programa como o benefício emergencial para dar as condições de manutenção dos empregos. Também precisamos avançar nas medidas de crédito a empreendedores, com a participação dos bancos públicos e cooperativas de crédito, dando capilaridade a essas iniciativas”, enfatizou Leite.
Outro pedido do Estado é a recomposição das perdas de arrecadação, que devem chegar a R$ 11 bilhões até o fim do ano. A redução desse valor no orçamento estadual faz com que a suspensão da dívida perca o efeito desejado para a reconstrução, pois representa exatamente os R$ 11 bilhões, de forma direta.
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