Um novo livro do filósofo francês Alain Finkielkraut, 75 anos, um dos mais lúcidos pensadores da atualidade em realidade global, pode (e deve) nos servir como um alerta sério sobre o rumo da produção literária (e talvez até da arte em geral): o excesso de interditos que vão sendo fixados aos mais diversos elementos de uma obra, a começar por certos temas, quando eles se tornam tabus, ou quando eles parecem ter se tornado de domínio de alguns grupos específicos, e só destes. Em A pós-literatura, que acaba de chegar ao Brasil pela editora Sétimo Selo, com tradução de Christian Lesage, em 180 páginas, a R$ 64,90, já aponta no próprio título em que momento cultural nos encontraríamos.
Vários livros de Finkielkraut são de leitura praticamente obrigatória para quem quiser acompanhar com alguma profundidade e abrangência os debates sociais da segunda metade do século 20. A humanidade perdida: ensaio sobre o século XX, lançado no Brasil pela Ática em 1998, proporciona uma reflexão aguda e sagaz sobre o antes, o durante e o depois da Segunda Guerra Mundial. Isso já viera exposto também em A derrota do pensamento, que a Paz e Terra lançou em 1988. A eles juntaram-se A identidade envergonhada e Um coração inteligente, reforçando a envergadura intelectual de Finkielkraut.
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Seu novo livro vem de forma muito oportuna, porque, a se reparar no cenário, dentro e fora do País, cada vez menos pensadores têm tido ânimo ou fôlego para olhar a complexidade da cena literária. E, mais ainda, de dizer algo relevante sobre ela.
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