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Ai, ai, Aique!

Eike Batista. Pronuncia-se “Aique”. Hoje maldito e preso, até anteontem era assíduo nas colunas sociais e sempre acompanhado de belas mulheres, graças ao seu charme e poder de sedução (os invejosos dizem que é graças ao seu dinheiro).  

Outras tantas vezes, também fora presente nos jornais e cadernos de economia com eufóricas notícias acerca de suas proezas empresariais nas áreas de petróleo, energia, portos, navios, mineração e entretenimento (por exemplo, direito exclusivo de venda dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014).

Não faz muito tempo, declarara, pública e vaidosamente, “que pretendia se tornar o homem mais rico do mundo até 2015 ou 2016”. 

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À época da declaração era tido como o oitavo mais rico, com patrimônio estimado em US$ 34 bilhões. Nos últimos anos, entretanto, viu evaporar seu patrimônio para miseráveis US$ 200 milhões.  

Uma a uma, o conjunto de suas empresas – cujos nomes carregam um X como símbolo de “multiplicação dos seus pães” – caiu em desgraça e enfrenta uma séria e irreversível crise de confiança e desvalorização.

O ícone empresarial transformou-se em sinônimo de prejuízos para seus acionistas e credores público-privados. Entre os credores públicos estão o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e a Petrobras.    

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O desesperador estado das contas de seu conglomerado determinou sucessivas renegociações de dívidas, liquidações e fechamento de empresas. Ironicamente, quanto mais procede nas adequações para salvar os seus negócios, mais o mercado financeiro e o conjunto dos acionistas desacreditam em sua recuperação. É o prenúncio de um gigantesco calote. 

Há fortunas incalculáveis de dinheiro público investidas em uma série de mega-empresas que o governo anterior tinha  a pretensão de transformar em “players” internacionais. Hoje sabe-se que havia muito mais do que interesses nacionais (e ideologia) em jogo.

Mas não há nada de novo. É histórico. Para os “amigos do poder”, é o maravilhoso “capitalismo brasileiro”, sem riscos, juros de pai para filho e prazo a perder de vista. E se não puder pagar, tudo bem, fica por isso mesmo. Tudo feito à custa do dinheiro público. O seu, o meu, o nosso!

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