Os números de registros da Doença Diarreica Aguda (DDA) em Santa Cruz do Sul em 2021 se aproximam dos 500. O município teve surtos dessa patologia a partir do fim de agosto. A DDA é transmitida, principalmente, por água ou alimentos contaminados.
Em Santa Cruz do Sul, no entanto, os casos estão espalhados por diversos bairros, afastando a hipótese de infecção por alimento. O mais provável, avalia a enfermeira Beanir Lara, que atua no setor de Vigilância Epidemiológica da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, é que os surtos sejam causados pelo Norovírus, que esteja se disseminando pela água. “É o município todo envolvido, não ficou restrito a um bairro, a uma única unidade de escola. É uma característica de disseminação. Então a gente já tem uma probabilidade da contaminação por água”, explicou.
O gerente local da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), Bruno Barreto, diz que a estatal acompanha a situação, mas descarta a água fornecida como possível causa da diarreia aguda. “Esse vírus não é da água potável. A Corsan segue todos os padrões microbiológicos, bacteriológicos, físico-químicos de exigência na portaria 888 do Ministério da Saúde”, afirmou.
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A enfermeira Beanir Lara, no entanto, destacou que o Norovírus é resistente ao tratamento da água com cloro. “Para a concentração de cloro indicada para consumo humano, o vírus é resistente, então ele pode, sim, estar presente na água”.
A Corsan fará, a partir da próxima segunda-feira, 18, a limpeza de todos os reservatórios de água de Santa Cruz. “A Corsan todos os anos faz limpeza dos reservatórios. Assim como nós, todos os usuários devem limpar seus reservatórios uma vez por ano”, lembrou Bruno Barreto, ressaltando que o agente causador da doença pode estar nas caixas d’água domésticas.
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O gerente da Corsan em Santa Cruz também ressalta que se a água ficar parada por muito tempo em um reservatório, por exemplo de uma escola ou estabelecimento fechado, ela precisa ser descartada. “Nota-se que o vírus começou agora quando foram liberados mais acessos, volta às aulas, então seria interessante que a gente verificasse essas limpezas como estão. Porque a água, a gente sabe, ela é armazenada, mas ela tem que ter movimentação para ainda permanecer potável”, comentou Barreto.
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Segundo dados trazidos pela enfermeira Beanir Lara, do setor de Vigilância Epidemiológica da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, o pico do surto de DDA em Santa Cruz já passou. O maior número de registros foi na semana entre 12 e 18 de setembro, quando 104 pessoas buscaram atendimento médico com sintomas compatíveis com a doença. Nas semanas seguintes, os números foram menores. Beanir acredita que a divulgação do surto no município pode ter feito as pessoas adotarem cuidados preventivos, o que ajudou a interromper a disseminação da doença.
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A DDA tem como principal sintoma a diarreia, que pode ser acompanhada de náusea, vômito, febre e dor de barriga. A recomendação é de repouso e aumento da ingestão de líquidos. Em casos de agravamento, é preciso procurar atendimento em uma unidade de saúde.
Para evitar a DDA, é importante consumir água somente de fontes seguras, que passem por processo de desinfecção. Em situações de emergência, a recomendação é ferver a água para beber e preparar alimentos por pelo menos 5 minutos antes do uso. A contaminação pode ocorrer mesmo por meio de gelo feito a partir de água não potável.
A higienização das mãos, de forma adequada, com sabão, também é uma medida preventiva importante. O Cevs ainda recomenda que pessoas com os sintomas sejam afastadas das atividades de manipulação de alimentos e que caixas d’água sejam limpas uma vez por ano.
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